Conteúdo publicado há 9 meses

Falsa médica faz acordo de R$ 6,6 mil e processo por uso de CRM é encerrado

A falsa médica presa em maio por utilizar o CRM de uma profissional com o mesmo nome fechou um acordo e teve o caso arquivado.

O que aconteceu:

Marcela Gouveia firmou um acordo de confissão com o MPSP (Ministério Público de São Paulo). O processo contra ela por exercício ilegal da medicina e falsidade ideológica foi extinto.

Ela pagou cinco salários mínimos (R$ 6,6 mil) para duas entidades que cuidam de animais abandonados.

Em nota assinada pelo advogado, Marcela falou sobre a "importância da atuação dessas instituições na proteção e cuidado dos animais".

Acreditamos que é nosso dever contribuir para a conservação e proteção dos animais, e essa doação é um passo significativo nessa direção. Reconhecemos a importância da atuação dessas instituições na proteção e cuidado dos animais em situações de vulnerabilidade, e esperamos que essa doação possa fazer a diferença em suas atividades.
Nota divulgada pela defesa de Marcela Gouveia

Marcela também atuava como influenciadora de estética nas redes sociais, tendo mais de 86 mil seguidores à época da prisão. O perfil dela foi fechado e reaberto, e agora acumula mais de 250 mil seguidores.

O Acordo de Não Persecução Penal é permitido pela Justiça em casos em que o crime não tenha violência ou grave ameaça, e que a pena mínima seja inferior a quatro anos. A decisão da 4ª Vara Criminal de São Paulo é do último dia 15 de setembro.

Falsa médica descoberta por dona do CRM

Marcela foi presa após a verdadeira médica marcar uma consulta depois de receber uma denúncia pela internet de que outra pessoa se passava por ela. Antes, uma paciente descobriu que Marcela estava utilizando dados da outra profissional ao fazer uma pesquisa. A falsa médica foi solta um dia depois, após pagar uma fiança de R$ 50 mil.

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Ela se apresentava como esteticista e utilizava o CRM de uma médica com o mesmo nome para solicitar exames e receitar medicações aos pacientes. Em suas redes sociais, em palestras e participações em eventos, ela também apresentava um CRF, identificação do Conselho Regional de Farmácia, que, segundo a entidade, estava regular.

De acordo com a polícia, ela produziu um carimbo com o próprio nome e número de registro da otorrinolaringologista. A dona do CRM acionou a Polícia Civil, que a acompanhou durante a consulta.

Marcela afirmou que usava o CRM da verdadeira profissional, pois estava na metade do curso de Medicina e, por isso, não via problemas em utilizar o registro profissional da médica. À época, porém, ela não apresentou nenhum documento que comprovasse a justificativa, informou o delegado Felipe Nakamura, da 3ª Delegacia Seccional da Zona Oeste.

Falsa médica recebeu Auxílio Emergencial

Marcela Gouveia também recebeu cinco parcelas de R$ 600 do Auxílio Emergencial, depositadas de maio a outubro de 2020.

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A consulta da reportagem aponta que a mulher tinha o cadastro do benefício na cidade de São Paulo. O Auxílio Emergencial foi criado em abril de 2020 para ajudar trabalhadores sem carteira assinada, autônomos, MEIs e desempregados durante a crise gerada pela pandemia do coronavírus.

Marcela devolveu o dinheiro recebido com o benefício à União, segundo o Portal da Transparência do Governo Federal.

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