'Não deu tempo de o Samu chegar. Minha filha nasceu em menos de 20 minutos'
O administrador de empresas Glaudson Martins Lima, de 35 anos, ajudou a mulher a fazer o parto da própria filha na casa da família, no Povoado Beco da Raposa, na área rural de Teresina (PI). Isso porque, a bebê nasceu de parto normal antes de a família conseguir chegar até um hospital.
O episódio inusitado teve início na madrugada do dia 26 de setembro, quando Helen de Sousa, de 29 anos, começou a sentir as primeiras contrações. Imaginando que eram contrações normais de final de gestação, já que havia se completado as 39 semanas, a família decidiu esperar amanhecer para ir ao hospital.
"Imaginamos que era um alarme falso, porque nesse dia havíamos marcado de ir até à maternidade para agendar o parto. Acreditávamos que a bebê nasceria na semana seguinte", conta o administrador.
Por não terem carro, Glaudson combinou com quatro amigos que moram próximo para que um deles pudesse levá-los ao hospital no dia em que a bebê fosse nascer. No entanto, quando as contrações de Helen ficaram mais intensas, o plano começou a sair de maneira não planejada.
Era bem cedinho ainda, liguei para o primeiro amigo e ele não atendeu. Tentei o segundo, mas ele estava viajando. O terceiro, o carro estava sem gasolina e o quarto havia levado o veículo para a oficina
Com as contrações aumentando e percebendo que a bebê nasceria, a família então acionou o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), porém, a filha do casal começou a nascer antes mesmo da ajuda chegar e Glaudson precisou fazer o parto.
"Moramos a 30 minutos da cidade, não é tão perto. Quando vi que minha filha estava nascendo, tentei manter a calma e acalmar a minha esposa para que a gente conseguisse fazer o parto em casa", relata.
O parto foi feito no quarto do filho mais velho do casal, Ruy Allan, de 5 anos. Em menos de 20 minutos, Lice Bethyna chegou ao mundo.
"Eu vi que a cabecinha dela começou a apontar e fui segurando o corpinho e puxando ela para fora. O cordão umbilical estava enrolado no pescoço, desenrolei e coloquei ela no colo da minha esposa. Inicialmente, a bebê não chorou e foram segundos de apreensão. Mas, depois de dar um tapinha, ela começou a chorar e vimos que havia dado tudo certo", detalha o pai.
Minutos depois do parto, o Samu chegou à casa da família e seguiu com os primeiros atendimentos. Mãe e filha foram levadas à maternidade para fazer os exames necessários.
Depois de três dias em observação na maternidade, mãe e filha tiveram alta e puderam voltar para casa.
"O nascimento da Lice é algo que jamais vai sair da minha memória. Imagina, eu que apesar de morar na área rural, nunca fiz nem o parto de um animal, ter que fazer o da minha filha. Foi um misto de medo e apreensão. Ela nasceu já tendo muita história para contar", conta Gaudson.
"A alta da minha filha foi justamente no dia do meu aniversário. Mais um fato marcante do nascimento dela que ficará marcado para mim", diz o pai.
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