Policiais que escoltaram maconha alegaram ter apreendido carga, diz TV
Os policiais civis presos após suspeita de escoltarem uma carga de 16 toneladas de maconha alegaram à PRF (Polícia Rodoviária Federal), quando questionados em um posto policial, que já haviam apreendido a carga. As informações são do Fantástico, da TV Globo.
O que aconteceu
O caminhão com a droga e dois carros da Polícia Civil foram parados na BR-116 em um posto da PRF. Imagens de câmeras de segurança obtidas pelo Fantástico mostram o esquema da escolta: uma viatura vinha na frente e a outra, atrás.
As viaturas e o caminhão recebem um aviso para encostar e, quando questionados, os policiais dizem aos federais que já haviam apreendido a carga e decretado a prisão do motorista do caminhão, afirma a reportagem com base nas investigações.
Em menos de um minuto, a escolta é liberada. Diversas outras câmeras das estradas registram o monitoramento dos policiais em relação ao caminhão, que só foi encerrado quando a carga chegou ao morro de Manguinhos.
O esquema foi descoberto, no entanto, quando o motorista voltou pelo mesmo caminho e foi abordado no mesmo posto da PRF em que havia sido parado antes. "O caminhão voltou sem escolta, o que fez com que os policiais novamente abordassem o caminhão e identificassem elementos muito inconsistentes", disse Alexandre Castilho, porta-voz da PRF.
As investigações apontam que a droga foi vendida por R$ 300 mil, diz a reportagem.
Relembre o caso
Os policiais civis e um advogado são suspeitos de envolvimento no transporte de um caminhão com 16 toneladas de maconha para Manguinhos, favela dominada pelo Comando Vermelho no Rio.
A operação conjunta contra o grupo, realizada pore PF, Polícia Civil e Ministério Público, ocorreu no último dia 19. A carga foi transportada no começo de agosto. Em um balanço da operação, a PF informou que a maconha vinha de Mato Grosso do Sul.
Foram presos os policiais civis Alexandre Barbosa da Costa Amazonas, Eduardo Macedo de Carvalho, Renan Macedo Villares Guimarães e Juan Felipe Alves da Silva. O UOL não localizou os representantes legais deles para que pudessem se manifestar.
Também foi preso o advogado Leonardo Silvestre da Cruz Galvão. Ele deverá receber assistência de um representante da OAB.
Além dos cinco presos, a operação apreendeu R$ 65 mil em espécie, quatro veículos de luxo, celulares e documentos.
Os mesmos policiais civis são acusados de terem exigido R$ 500 mil para a libertação de um traficante que havia sido preso em outra ocorrência, aponta a denúncia.
Mas, como não houve pagamento integral da propina, os agentes apreenderam 31 fuzis e venderam 29 deles para uma facção rival, cita a investigação. "Para justificar a operação, os policiais somente apresentaram dois fuzis apreendidos na delegacia", diz um dos trechos da decisão judicial.
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