Conteúdo publicado há 8 meses

Castro diz que todo contingente está nas ruas para 'garantir a ordem'

O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), afirmou que todo o contingente das polícias Civil e Militar está nas ruas para "garantir" que a ordem seja reestabelecida. Declaração foi feita em coletiva de imprensa, realizada na noite de hoje (23), após mais de 30 ônibus serem incendiados na zona oeste do Rio. Um trem também foi incendiado.

O que aconteceu:

Castro disse que a polícia busca prender os maiores líderes das facções criminosas. "É nosso compromisso, e eu já tenho dito. Prender, principalmente, os três maiores líderes do tráfico e da milícia do Rio de Janeiro". Mais cedo, ele já havia dito que o crime organizado não deve ousar "desafiar o poder do Estado".

O governador também parabenizou a polícia após a operação que terminou com a morte do miliciano Matheus da Silva Rezende, conhecido pelos apelidos Teteu e Faustão. "No meio da operação, houve uma resistência e nós prendemos, e depois veio a óbito o Matheus Rezende", afirmou. "Neutralizaram um dos maiores criminosos da atualidade do Rio de Janeiro, hoje", acrescentou.

Cláudio Castro ressaltou que um plano de contingência já está ativo desde os primeiros ônibus incendiados. "Todo o contingente da Polícia Militar e da Polícia Civil está nas ruas garantindo que a ordem seja reestabelecida. E que a vida da população volte ao normal. Queria lamentar o ocorrido no dia de hoje e os transtornos, mas queria garantir que nós não arrefeceremos em nada na luta contra a criminalidade."

Ele disse ainda que não tem dúvida de que a terça-feira (24) será um dia "com mais ordem". Castro destacou que ligou para o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), e para o ministro da Justiça, Flávio Dino. "Para que nós possamos juntos garantir à população do Rio de Janeiro que o crime organizado terá em nós uma fronteira firme, entre a lei, a ordem e o que eles querem fazer no estado".

Castro ainda confirmou a informação de que 12 pessoas foram presas por envolvimento nos incêndios. O governador informou que os detidos serão encaminhados para presídios federais. "Estão presos por ações terroristas e serão encaminhados imediatamente para presídios federais porque lá é local para terroristas".

Enquanto tivermos aqui, o combate será duro, 24 horas, sete dias por semana. O mal não vencerá o bem. Nós continuaremos trabalhando.
Cláudio Castro, governador do RJ

Ao menos 35 ônibus foram incendiados, segundo a Rio Ônibus, sindicato das empresas de ônibus da cidade do Rio. Veículos foram queimados após a morte de um miliciano, nesta segunda-feira (23).

Segundo a SuperVia, um trem que saía de Santa Cruz sentido Central foi abordado por bandidos nas proximidades da estação de Tancredo Neves por volta das 18h04.

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O maquinista foi obrigado pelos criminosos a abrir a porta, descer da composição e retornar à estação. Então, os bandidos atearam fogo na cabine de um trem.

Todos os passageiros conseguiram desembarcar em segurança.

Entenda

Foram incendiados 20 ônibus de operação municipal, cinco BRTs e os demais são veículos de turismo e fretamento.

Este é o maior número de ônibus queimados em um único dia na história do município do Rio, segundo o sindicato ao UOL.

O município do Rio entrou em "estágio de atenção" a partir das 18h40 em razão dos ataques aos ônibus, informou o COR-Rio. "O Estágio de Atenção é o terceiro nível em uma escala de cinco e significa que uma ou mais ocorrências já impactam o município, afetando a rotina de parte da população."

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As linhas de BRT do corredor Transoeste foram temporariamente suspensas na tarde desta segunda-feira, segundo a Mobi-Rio, "por questão de segurança".

Ao menos 12 pessoas já foram presas por envolvimento nos incêndios, disse a Polícia Militar do Rio de Janeiro.

Equipes do Grupamento Aeromóvel da Polícia Militar sobrevoam os locais onde ônibus foram queimados, na zona oeste. A PM também informou que policiais reforçam a segurança na região.

Pelo menos 32 escolas interromperam as aulas em função dos ataques.

Morte de miliciano

O miliciano Matheus da Silva Rezende, conhecido pelos apelidos Teteu e Faustão, morreu
O miliciano Matheus da Silva Rezende, conhecido pelos apelidos Teteu e Faustão, morreu Imagem: Reprodução
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O miliciano que morreu foi identificado como Matheus da Silva Rezende, conhecido pelos apelidos Teteu e Faustão.

Matheus é sobrinho de Luis Antonio da Silva Braga, ou "Zinho", o primeiro homem da maior milícia do Rio, que atua na zona oeste. Zinho herdou o comando da organização após a morte do seu irmão, o Wellington da Silva Braga, o Ecko, em 2021.

Matheus foi morto hoje durante uma suposta troca de tiros com a Polícia Civil durante uma operação na região de Três Pontes, em Santa Cruz, na zona oeste do Rio. A ação teve o apoio da Core (Coordenadoria de Recursos Especiais; que é o grupo de eleite da Polícia Civil do estado), Polinter e unidades especializadas, informou o jornal O Globo.

"Teteu" é apontado em investigações, segundo o jornal, como o principal homem de guerra de Zinho na disputa de territórios contra os rivais. Ele seria o responsável por chefiar as rondas feitas pela milícia do tio dentro da zona oeste.

Na operação que Teteu morreu, uma criança de dez anos foi atingida de raspão na perna por uma bala perdida. Não há informações sobre o estado de saúde dela.

Matheus era considerado pela polícia como o segundo homem na atual hierarquia da maior milícia do Rio, comandada pelo seu tio.

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