Guerrilheiro e assaltante: quem é o 'professor do crime' do PCC preso em SP
A Polícia Civil de Sorocaba, em uma operação conjunta com a polícia de Florianópolis (SC), prendeu um homem suspeito de integrar uma quadrilha de assaltantes a bancos e empresas de valores que atuava no Paraná, em Santa Catarina e em São Paulo.
Segundo o "Brasil Urgente", o homem é Luiz Ignácio Pino Jana, um chileno de 43 anos que era conhecido como "professor do crime" dentro do PCC (Primeiro Comando da Capital). Ao programa da Band, a polícia afirmou que Jana era guerrilheiro no Chile, e que foi trazido pelo PCC para ensinar táticas aos bandidos brasileiros.
As técnicas teriam sido aplicadas pelo "Novo Cangaço", termo que se refere a quadrilhas que dominam cidades inteiras para roubar agências bancárias.
Participação em casos de Araçatuba (SP) e Guarapuava (PR)
O chileno teria, inclusive, participado de três casos conhecidos do "Novo Cangaço".
O primeiro deles ocorreu em Araçatuba (SP), em 2021. Na ocasião, um grupo de homens fortemente armados explodiu caixas eletrônicos, usou reféns como escudo humano, espalhou explosivos pelas ruas, incendiou veículos e usou drones para monitorar a ação. Três pessoas morreram e quatro ficaram feridas.
Depois, em 2022, Jana teria participado de outro mega-assalto em Guarapuava (PR). Trinta criminosos realizaram o ataque, que tinha o objetivo de roubar uma transportadora de valores. Os bandidos não conseguiram levar o dinheiro, mas espalharam terror pela cidade. Fuzis, pistolas, dinamites, capacetes balísticos e até mochilas com remédios e mantimentos para a fuga foram recolhidos pela polícia.
O chileno estaria envolvido, ainda, em um terceiro caso, ocorrido em Timbó Grande (SC) em junho deste ano. Os bandidos tentaram assaltar uma agência bancária e fizeram reféns. O município tem apenas 7,3 mil habitantes.
Condenado a quase vinte anos de prisão
Jana já havia sido condenado em 2019, no Paraná, por ter participado da tentativa de homicídio de dois policiais rodoviários federais em 2011. De acordo com a acusação, ele e outros dois homens tentaram atropelar os policiais para escapar de uma abordagem de rotina. Depois, atiraram contra os oficiais, usando até mesmo um fuzil.
À época, Jana foi condenado a mais de 18 anos de prisão. Depois, porém, ele ganhou o direito de recorrer em liberdade.
Em 2012, o chileno também teria se envolvido em outro crime. Naquele ano, a Polícia Federal concluiu que Jana participou da morte de um rapaz de 22 anos que ia à farmácia com a esposa e outras duas pessoas. Marcos Orelio Mauda, que estava com o chileno, teria atirado no rapaz após uma discussão por causa do trânsito. O crime aconteceu em Curitiba. Jana e Mauda já eram investigados por assaltos a caixas eletrônicos. Mauda também foi condenado pelo caso dos policiais rodoviários federais em 2019.
O UOL tenta contato com a defesa de Luiz Ignácio Pino Jana, mas ainda não obteve resposta. O espaço segue aberto para manifestação.
Deixe seu comentário