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Imagens mostram antes e depois de bairro afetado por mina da Braskem em AL

Imagens captadas em 2019 e 2022 mostram o antes e depois do bairro do Pinheiro, um dos cinco afetados devido à mineração feita pela petroquímica Braskem.

O que aconteceu

Nos registros, com diferença de três anos, é possível ver que algumas casas e ruas foram cobertas por vegetação após serem abandonadas. Parte do bairro precisou ser evacuada. A petroquímica realizava a extração do minério na capital alagoana em 35 minas.

Foi no bairro do Pinheiro que as primeiras rachaduras surgiram, em fevereiro de 2018. Além das rachaduras nos imóveis, fendas nas ruas, afundamentos de solo e crateras se abriram sem aparente motivo. Alguns moradores decidiram deixar o bairro por contra própria, apesar da não indicação.

No mês seguinte, um tremor de magnitude 2,5 foi registrado, o que agravou as rachaduras e crateras no solo, provocando danos irreversíveis nos imóveis.

Após o abalo sísmico, que teve como epicentro o bairro do Pinheiro, foi iniciado um processo de preenchimento e estabilização. O processo não foi finalizado completamente e tem previsão de acabar só em 2025.

Por precaução, o Hospital Sanatório, localizado no Pinheiro, transferiu todos os seus pacientes para outras unidades de saúde. A instituição fica localizada em uma encosta que dá para o bairro Mutange, onde pode se abrir a cratera em caso de colapso da mina.

Mais de 14 mil imóveis já foram desocupados na região desde que o problema começou, em 2018. Cerca de 60 mil pessoas foram afetadas.

O ministro dos Transportes, Renan Filho atribuiu à Braskem a "total responsabilidade" pelo desastre em Maceió, com o iminente colapso de uma mina de sal-gema.

A Braskem informou que "acompanha de forma ininterrupta os dados de monitoramento, que são compartilhados em tempo real com a Defesa Civil Municipal."

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O que ocasionou o problema

A extração de sal-gema, um cloreto de sódio utilizado para produzir soda cáustica e policloreto de vinila, do subsolo de Maceió gerou problemas de instabilidade de solo e afundamento de cinco bairros. Os locais foram ou estão sendo total, ou parcialmente desocupados. Os bairros são Pinheiro, Mutange, Bebedouro, Bom Parto e em uma parte do Farol.

As minas de extração de poços gigantes que, após a extração do minério, foram tamponadas com um líquido. Entretanto, ao longo dos anos, esse líquido vazou e cavernas subterrâneas começaram a ser formadas, com vários desabamentos. Os tremores sentidos seriam justamente a acomodação do solo diante desses desabamentos subterrâneos.

Braskem, responsável pelo problema, passou a indenizar os moradores. No total, mais de 200 mil pessoas foram afetadas pelo desastre.

As 35 minas da companhia começaram a ser fechadas em 2019, depois que a empresa foi responsabilizada pelo surgimento de rachaduras em casas e ruas de alguns bairros de Maceió no ano anterior.

Os sismos sentidos nos últimos dias foram registrados em áreas já desocupadas. P

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Por segurança, a Defesa Civil recomenda que seja evitada a circulação de pessoas e de embarcações na lagoa perto de Mutange. Em magnitudes consideradas baixas e sem potencial de danos à superfície ou de serem sentidas pela população, estes tipos de ocorrência são identificados só por meio de equipamentos de monitoramento.

A Defesa Civil de Maceió informa que os últimos sismos ocorridos se intensificaram e houve agravamento do quadro na região já desocupada, próximo ao antigo campo do CSA. Estudos mostram que há risco iminente de colapso em uma das minas monitoradas.
Nota da Defesa Civil de Maceió

Acordo de 1,7 bilhão

Em 21 de julho deste ano, a Braskem informou ter fechado acordo com a prefeitura de Maceió para pagamento de R$ 1,7 bilhão. O termo estabelece a indenização, compensação e ressarcimento integral da capital alagoana em relação a todo e qualquer dano patrimonial e extrapatrimonial por ele suportado.

Conforme a prefeitura, os recursos serão destinados à realização de obras estruturantes na cidade e à criação do Fundo de Amparo aos Moradores.

O acordo não invalida as ações ou negociações entre a Braskem e os moradores das regiões afetadas.

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*Com Estadão

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