Não tire o olho da mala: como é o esquema de troca de etiquetas alvo da PF

Uma operação da Polícia Federal no estado de São Paulo cumpre mandados de prisão e busca e apreensão contra suspeitos de tráfico internacional de drogas no aeroporto de Guarulhos. Os traficantes enviaram cocaína para a Europa e a África por meio de malas despachadas irregularmente ou através do setor de cargas do aeroporto.

Quase 700 kg da droga foram apreendidos no Brasil e outros países, como Alemanha, Portugal e Etiópia.

Em abril deste ano, outro caso parecido culminou na prisão de duas brasileiras na Alemanha. Na época, investigações da PF apontaram como acontecia o envio de malas com drogas ao exterior por meio de troca de bagagens em aeroportos.

Como funciona o esquema?

Troca de etiquetas. O método consiste na retirada das etiquetas de bagagens aleatórias despachadas regularmente pelos passageiros. Depois disso, as etiquetas são colocadas em outras malas, estas contendo drogas ilícitas.

As malas com as etiquetas já trocadas são desviadas da fiscalização automática, para fugir do sistema que identifica conteúdos ilícitos, chamado de BHS (Baggage Handling System).

Trabalho em equipe. Enquanto alguns eram responsáveis por trocar as etiquetas e tirar fotos das malas, outros faziam o transporte das bagagens do terminal doméstico para o internacional.

De acordo com a polícia, as bagagens não podem sair do terminal doméstico para o internacional livremente. No caso das brasileiras presas em abril, o grupo agia desta maneira justamente para escapar do raio-X.

Outro ponto importante: bagagens de conexão entre voos não são fiscalizadas. Nesse setor, somente os passageiros são fiscalizados pela Receita Federal.

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Esse tipo de ação tem o potencial de provocar prisões de passageiros inocentes nos países de destino da droga, a exemplo do que aconteceu com as brasileiras Kátyna Baía e Jeanne Paollin.

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