'Depois não adianta chorar': Suspeita de matar família do ex fazia ameaças
A advogada Amanda Partata, presa por suspeita de ter matado o ex-sogro e a mãe dele envenenados, em Goiás, enviava mensagens anônimas com ameaças à família.
O que aconteceu
"Depois não adianta chorar em cima do sangue dele" era uma das ameaças, de acordo com a polícia. Segundo Carlos Alfama, delegado do caso, Amanda ameaçava o ex e a família dele por meio de perfis falsos desde agosto, mês em que o relacionamento acabou.
Advogada ameaçava a si mesma para não levantar suspeitas. As intimidações já eram investigadas pela polícia, e a Meta (dona do Facebook, Instagram e Whatsapp) confirmou à corporação que as páginas foram criadas pela advogada.
Leonardo Pereira Alves, 58, e Luiza Tereza Alves, 86, morreram por envenenamento. Amanda levou pão de queijo, biscoito, bolo e suco até a casa das vítimas no domingo (17). Segundo a polícia, a principal suspeita é de que o veneno estivesse no suco, por ser mais fácil a dissolução. Inicialmente, cogitou-se uma intoxicação alimentar causada por produtos de uma doceria de Goiânia, mas a polícia já descartou essa possibilidade.
A advogada não aceitava o fim do relacionamento. Para a polícia, o crime teria sido motivado por um "sentimento de rejeição". Após o término da relação, que durou apenas 45 dias, o filho de Leonardo chegou a pedir que ela mantivesse menos contato com seus familiares, porque se sentia "incomodado".
Polícia investiga ainda se em algum momento ela de fato esteve grávida do ex-namorado. Segundo o delegado, há "indícios" de que os exames apresentados "foram falsificados".
Amanda deve ser indiciada por duplo homicídio qualificado, por motivo torpe, com a qualificadora de envenenamento. A polícia ainda averigua se ela será denunciada por tentativa de homicídio no caso do pai da vítima, que estava no local, mas não ingeriu os alimentos que a suspeita levou.
Amanda nega ter cometido os crimes e disse "amar a família", segundo a polícia. Ela foi presa na quarta-feira (20) em uma clínica psiquiátrica em Aparecida de Goiânia (GO).
A Justiça determinou ontem que ela continue presa. Para a Justiça, há indícios e materialidade do crime.
O UOL não conseguiu contato com a defesa dela e o espaço segue aberto para manifestação.
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