Conteúdo publicado há 10 meses

Após ameaça de CPI, padre Julio nega participar de ONG ligada à prefeitura

O padre Julio Lancellotti afirmou hoje (3) que não faz parte de nenhuma organização que tenha convênio com a Prefeitura, após ser anunciado como um dos alvos de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) na Câmara Municipal de São Paulo. Os vereadores pretendem investigar o trabalho de ONGs na cracolândia.

O que aconteceu

Padre Julio reagiu à possível aprovação da CPI das ONGs. Em nota publicada nas redes sociais, o pároco diz que sua atuação com a população em situação de rua e dependentes químicos não depende de convênio com o município.

O pároco é coordenador da Pastoral do Povo de Rua, ligada à Arquidiocese de São Paulo. Lancellotti também declara que o seu trabalho com esse público ação não tem vínculo com as atividades que constituem o objetivo do requerimento aprovado para a criação da CPI.

A comissão foi proposta pelo vereador Rubinho Nunes (União Brasil). Um dos idealizadores do MBL (Movimento Brasil Livre), ele diz que o objetivo da CPI é investigar o trabalho de ONGs que atuam na região central de São Paulo, em especial a cracolândia. Nunes tem criticado nas redes sociais a atuação de padre Julio com as pessoas em situação de rua e dependentes químicos.

Esclareço que não pertenço a nenhuma organização da sociedade civil ou organização não governamental que utilize de convênio com o poder público municipal.

Padre Julio Lancelotti

Vereador busca antagonismo com padre

"Qual o problema de investigar?", pergunta autor do pedido de CPI. Em vídeo divulgado nas redes sociais, o Nunes afirmou que a comissão investigará o trabalho do padre Julio Lancellotti e ONGs que atuam no Centro de São Paulo e recebem recursos públicos.

Vereador atribui expansão da cracolândia à ação de ONGs. Segundo Nunes, a atuação dos grupos é alvo de queixa dos moradores do Centro há tempos. Ele disse que a distribuição de cachimbos e outras ações de redução de danos são "estúpidas", porque fornecem itens que são trocados por drogas pelos dependentes químicos.

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CPI só depende de ok dos vereadores para começar, diz Nunes. Ele protocolou o pedido de abertura da comissão no começo de dezembro com o apoio de 24 vereadores — seis a mais do que o necessário. Agora, o início dos trabalhos só depende da aprovação em plenário com 28 votos, que deve acontecer.

Fornecer cachimbo para o dependente químico é completamente estúpido, porque isso vira uma moeda que é trocada por mais droga e incentiva que as pessoas sigam na cracolândia. A oferta de tratamento médico qualificado é um caminho bem mais eficaz e interessante para resolver o problema.

Rubinho Nunes (União Brasil), vereador em São Paulo

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