Assassinato em Santos: 'Descobri que meu vizinho era matador de aluguel'
A morte do sérvio Darko Geisler, 43, ainda é um mistério para a Polícia Civil de Santos (SP) e também para todos os moradores do pacato bairro Embaré. Entre os vizinhos predomina praticamente a lei do silêncio. Apenas uma moradora chegou a revelar que ele era um homem gentil, mas que parecia esconder algo.
O que aconteceu
As câmeras de segurança de um prédio em Santos, litoral de São Paulo, flagraram o momento exato em que um homem foi executado a tiros, na frente da esposa e do filho pequeno, no último dia 5. O atirador teria fugido do local e até o momento não foi encontrado.
Segundo a investigação, Darko Geisler, foi socorrido, mas morreu logo em seguida. Ele tinha alguns documentos que seriam falsos, dando a entender que seria um estrangeiro esloveno. Depois foi confirmada a verdadeira identidade, levando a informação de que ele era um procurado da Interpol por ser suspeito de ser um assassino em série.
A reportagem conversou com alguns moradores do bairro. A maioria não quis comentar sobre o caso por medo de retaliação.
Uma vizinha que mora na mesma rua que a vítima, comentou que ele era um homem tranquilo. "Sempre que levo meu cachorro na rua, me deparava com ele. Era uma pessoa de poucas palavras. Nunca esperava que na minha rua ia ter um assassino em série. Parece coisa de filme", explicou uma idosa, de 65 anos, ao UOL.
No final da manhã de hoje, uma mulher que convivia no condomínio contou que ele era um morador de poucos amigos e que a vizinhança ficou assustada. "Ninguém nunca espera que seu vizinho vai ser um assassino. Todo mundo ficou chocado. A gente acorda um dia e descobre que o vizinho do lado é um matador de aluguel, um criminoso internacional".
"Ele não tinha costume de levar ninguém na casa dele. Era de poucos amigos. Nunca teve nenhuma ocorrência no prédio. Era ele quem pagava as contas, mas ninguém sabe com o que ele trabalhava. Os moradores acreditam que ele possa ter ligação com o PCC e não cumpriu com o serviço que ele tinha que fazer. Esse é o comentário que circula no bairro", revelou a mulher que não quis ser identificada.
Outra vizinha também falou com a reportagem. "Ele sempre foi um rapaz gentil. Ficamos aqui dentro trabalhando e não vemos muita coisa na rua, mas por falar outra língua, a gente repara mais. Eu sempre disse ao meu marido que parecia que ele escondia algo, sendo brasileiro a gente não sabe do passado de ninguém, estrangeiro, então, bem menos. Até hoje não sabemos com o que ele trabalhava. Tá todo mundo com medo de qualquer coisa", contou a autônoma ao UOL.
Filho nunca foi registrado
A informação que circula e que também é questionada pelos moradores é do porquê de o filho nunca ter sido registrado pelo pai. Durante uma conversa entre vizinhos, a viúva do sérvio expôs que a criança, de 4 anos, ainda não havia sido registrada por Darko Geisler.
"Ela contou sem querer para alguns vizinhos e ninguém nunca entendeu de fato o motivo. Hoje a gente descobriu que era porque ele estava sem nenhum documento original. Ele usava um falso de alguém que havia perdido no aeroporto de São Paulo. Agora a criança está sem pai. A mulher dele já se mudou da cobertura", contou uma moradora ao UOL.
A Polícia Civil segue investigando o caso.
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