Conteúdo publicado há 3 meses

Pensamos que poderia ser cano estourado ou explosão de gás, diz morador

O diretor de comunicação Pedro Henrique Oliveira, 40, estava no prédio residencial que foi evacuado às pressas na tarde desta terça (13) em Praia Grande, no litoral de São Paulo. Ele conta que sentiu dois tremores e, logo depois, o síndico pediu para os moradores saírem do apartamento.

'Pensamos que poderia até ser explosão'

O intervalo entre os dois tremores foi de cerca de dez minutos, de acordo com Pedro, que também ouviu um barulho alto. Ele relata que a primeira movimentação do prédio ocorreu por volta das 13h40.

Pedro abriu a porta do apartamento e encontrou os vizinhos também assustados. Depois do segundo tremor, muitas pessoas saíram correndo do edifício.

Morador do prédio há quase 3 anos, Pedro só pegou a pasta de documentos da família, o celular e saiu às pressas do apartamento quando recebeu o aviso do síndico. Ele também foi até o carro, para retirá-lo da garagem.

A esposa e os filhos foram para outra região "mais segura" em Praia Grande, enquanto Pedro e o sogro estão aguardando informações nas proximidades do prédio. "As crianças ficaram assustadas e muito nervosas", diz. A família mora no 18º andar.

[Após o primeiro tremor] Pensamos que poderia até ser um cano estourado ou uma explosão de botijão de gás. Resolvi descer para ver o que estava acontecendo, com meus dois filhos e minha esposa, enquanto meu sogro ficou em casa.
Pedro Henrique Oliveira, diretor de comunicação em uma empresa de tecnologia

O segundo tremor ocorreu dez minutos depois. Todo mundo se assustou e aí o síndico pediu para as pessoas evacuarem o prédio. No edifício do lado, alguns moradores disseram que sentiram algo também, mas ninguém sabia de onde vinha.

Ainda não sabemos de nada, se poderemos voltar ao apartamento para pegar algo. A Defesa Civil está avaliando. Tem gente que não retirou gato, cachorro.

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O que aconteceu

Segundo o Corpo de Bombeiros, houve um "cisalhamento de três pilares" no prédio — ou seja, uma ruptura. As colunas estavam realizando mais esforços do que de fato aguentam, afirmou a corporação. Foram registradas rachaduras também em paredes próximas à janela.

Não se sabe quais foram os motivos da sobrecarga. O Corpo de Bombeiros disse que as circunstâncias serão avaliadas em laudo estrutural de emergência.

A Prefeitura de Praia Grande interditou o edifício até que a documentação técnica seja enviada pela construtora. A Defesa Civil informou que a construtora deu início a obras emergenciais para escorar as pilastras logo após a evacuação. O UOL tenta contato com a empresa.

A caixa d'água foi esvaziada para aliviar o peso. Segundo o capitão Thiago Duarte, que atendeu a ocorrência, existe o risco de o edifício cair — mas não é iminente.

O prédio tem 23 pavimentos — sendo 19 andares residenciais, subsolo com garagem e o térreo. Dos 133 apartamentos, 80 são de moradores fixos e cerca de 50 são de veraneio, segundo a prefeitura.

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Praia Grande fica a cerca de 76 km da capital paulista. O prédio está localizado na orla da praia Aviação, um bairro residencial, que também conta com hotéis e restaurantes. Na alta temporada, as praias e estabelecimentos comerciais ficam cheios de turistas.

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