Fugitivos de presídio no RN serraram grades e fizeram reféns em motim no AC
Os dois detentos que fugiram na madrugada de quarta-feira do presídio federal de Mossoró (RN) foram os responsáveis por desencadear uma rebelião com cinco mortes em julho de 2023, no Acre. Por conta disso, eles e outros 12 presos foram transferidos para unidades de segurança máxima no país.
O que aconteceu
Detentos cometeram atos de indisciplina, de forma intencional, para serem levados para pavilhão isolado em presídio, o que fazia parte de um plano do Comando Vermelho do Acre. Rogério da Silva Mendonça foi punido por ter desacatado um policial penal. Já Deibson Cabral Nascimento foi flagrado com uma pequena porção de maconha.
Grades serradas e reféns. Já de castigo no local destinado ao isolamento no presídio Antônio Amaro Alves, em Rio Branco (AC), a dupla serrou as grades das celas onde estavam e aguardaram o horário da distribuição da refeição para render um policial penal e um faxineiro do presídio.
Como foi o motim. Após fazer reféns, os detentos acessaram o depósito de armas dos próprios agentes e invadiram o pavilhão das lideranças do Bonde do Treze, facção que disputa por território com o CV em ao menos dez cidades do Acre. Lá, assassinaram cinco detentos —três deles foram decapitados. Após a rebelião, que durou mais de 24 horas, os envolvidos na ação foram transferidos para presídios federais.
Envolvidos na rebelião foram identificados em áudios, vídeos e imagens de drone. Segundo o Gaeco (Grupo de Combate ao Crime Organizado) do Ministério Público do Acre, Rogério e Deibson lideram o núcleo operacional do CV no Acre, responsável por assassinatos e execuções de crimes. A investigação para determinar quem participou das mortes dos outros presos no motim corre em segredo de Justiça.
Fugitivos são procurados pela Interpol, que atendeu pedido da PF. A dupla usou uma corda para deixar as celas até o telhado e cortou um arame para escapar do presídio federal de Mossoró (RN) na quarta-feira. O UOL não localizou os advogados deles.
Eles foram os responsáveis por desencadear a rebelião. São criminosos de alta periculosidade com histórico de crimes violentos, apontados como lideranças de um núcleo da organização mais operacional, responsável pela execução de crimes.
Bernardo Albano, coordenador do Gaeco do MP do Acre
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