MP apura ordem do PCC para expulsar rivais de Marcola em guerra da facção

O Ministério Público de São Paulo apura uma ordem da cúpula do PCC para excluir rivais de Marcola na facção em meio a uma guerra interna na organização criminosa.

O que aconteceu

Mensagem atribuída a lideranças do PCC inclui pedido de exclusão por "calúnia e traição". O conteúdo analisado pelo MP indica que a guerra interna na facção foi desencadeada após três lideranças da facção acusarem Marcola por áudio vazado.

Desentendimento começou após gravação de áudio de Marcola ser usada em júri de Roberto Soriano, o Tiriça. Em conversa com um policial penal gravada no banho de sol dos detentos, o chefe do PCC disse que Tiriça era psicopata por ter ordenado a morte de agentes federais.

Tiriça foi condenado a mais de 31 anos de prisão em julgamento em agosto de 2023 pelo assassinato da psicóloga Melissa de Almeida Araújo. A vítima trabalhava no presídio federal de Catanduvas (PR) e foi assassinada a tiros em Cascavel em maio de 2017.

Recado de "salve geral" circulou em grupos de WhatsApp do PCC. A mensagem da "sintonia final", como é chamada a cúpula da facção, comunica a exclusão de Tiriça, de Abel Pacheco de Andrade, o Vida Loka, e de Wanderson Nilton de Paula Lima, o Andinho. O trio está no presídio federal de Brasília, mesma unidade onde Marcola cumpre pena.

O comunicado diz que a gravação foi analisada pela "sintonia final" do PCC e concluiu que Marcola não fez nada errado. Afirma ainda que policiais penais gravaram a conversa para jogar os líderes do PCC uns contra os outros. O UOL não localizou a defesa dos envolvidos na suposta guerra interna do PCC.

Brigas anteriores

Lideranças "excluídas" do PCC já entraram em luta corporal durante o banho de sol em presídio. Vida Loka e Andinho, os outros presos envolvidos na guerra interna da facção, brigaram no pátio da penitenciária federal em agosto de 2023.

Ambos sofreram ferimentos leves na briga, registrada por câmeras de segurança da unidade prisional. Na época, havia rumores de uma suposta desconfiança da cúpula de que Andinho pudesse ser informante de policiais penais.

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O racha interno no PCC se agravou em fevereiro de 2018 após assassinatos de membros da cúpula. Na época, Rogério Jeremias de Simone, o Gegê do Mangue, e Fabiano Alves de Souza, o Paca, foram assassinados a tiros na região metropolitana de Fortaleza (CE), acusados de desviar dinheiro do grupo.

Braço direito de Marcola comandou a matança e isso incomodou a liderança da facção, segundo a polícia. As investigações apontaram que Gilberto Aparecido dos Santos, o Fuminho, foi perdoado pelo chefe máximo, fato que desagradou outros integrantes da organização.

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