Caso Porsche: Ouvidoria quer imagens de câmeras para apurar conduta de PMs
A Ouvidoria da Polícia do Estado de São Paulo enviou ofícios para as polícias civil e militar para cobrar imagens de câmeras do local e dos equipamentos corporais dos agentes que atuaram no acidente em que o motorista de uma Porsche colidiu contra um Renault Sandero e matou um motorista de aplicativo na zona leste da capital.
O que aconteceu
Órgão enviou ofícios na tarde de ontem para averiguar atuação de agentes. Além das imagens de câmeras, a Ouvidoria quer obter mais informações sobre a atuação dos policiais militares durante o acidente. O órgão disse em nota que quer saber "sobre o fato de os PMs terem liberado o motorista sem os procedimentos padrão neste tipo de ocorrência".
Dinâmica da ocorrência será analisada, informou a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo. "A Polícia Militar analisará a dinâmica da ocorrência para identificar eventual erro de procedimento operacional", diz nota. O órgão ainda não informou se a averiguação será feita via corregedoria.
Polícia Militar disse que priorizou o resgate das vítimas e a preservação do local do acidente. "Na ocasião, além da vítima fatal, o motorista do Porsche, inicialmente apontado como vítima, e o passageiro do veículo também apresentavam ferimentos e foram socorridos", disse a polícia em nota.
PMs alegaram que foram até hospital e à casa do motorista da Porsche, mas não o encontraram. Fernando Sastre de Andrade Filho não deu entrada em nenhum hospital da mesma rede particular para qual a mãe dele alegou que o levaria, informaram os PMs à Polícia Civil. O motorista da Porsche e a mãe dele também não atenderam a ligações telefônicas dos PMs.
Justiça negou prisão temporária de condutor do Porsche
Justiça entendeu que faltam evidências para prisão temporária, que tem duração de 5 a 30 dias, com possibilidade de prorrogação pelo mesmo período.
Advogados alegam que Fernando não fugiu do local. Segundo eles, como já havia sido prestado socorro às outras vítimas, o condutor da Porsche foi "devidamente qualificado pelos policiais militares de trânsito, tendo sido liberado pela PM para que fosse encaminhado ao hospital".
Defesa diz ser "prematuro" julgar as causas do acidente. Os advogados Carine Acardo Garcia e Merhy Daychoum defendem que suposições não devem ser realizadas, já que os laudos periciais não foram concluídos.
Advogados citam "necessidade de resguardo do cliente" após o acidente. Garcia e Daychoum argumentaram que o motorista se resguardou em razão do receio de sofrer linchamento, apontando a ocorrência de "linchamento virtual" contra Fernando, bem como pelo "choque causado pelo acidente e pela notícia do falecimento da vítima".
Entenda o caso
Fernando Sastre de Andrade Filho foi liberado da delegacia após prestar depoimento, acompanhado de advogados. Ele conduzia um Porsche que colidiu contra um Sandero e matou um motorista de aplicativo na capital paulista.
Fernando, de 24 anos, se apresentou à polícia na tarde desta segunda-feira (1º), 38 horas após ter fugido do local do acidente. "Ele falou só o básico para não se culpar", afirmou o delegado, acrescentando que Fernando estava frio e tranquilo durante o depoimento.
O condutor do Porsche foi indiciado por homicídio doloso (quando há intenção de matar). Ele também deve responder por fuga do local do acidente e lesão corporal, este último em razão dos ferimentos sofridos pelo passageiro que estava com Fernando no Porsche. Inicialmente, o caso havia sido registrado como homicídio culposo (quando não há intenção de matar).
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Quero receberFernando não disse ter ingerido bebida alcoólica, segundo delegado. Em entrevista à imprensa, Alves falou que Fernando, em depoimento, declarou que dirigia o Porsche, bateu na traseira do Sandero e estava "em velocidade incompatível" com a avenida Salim Farah Maluf. O limite de velocidade na via é de 50 km/h.
Polícia deve investigar bares da região para saber se o Fernando estava em algum deles antes do acidente. Mais imagens serão buscadas na via onde houve a batida.
Mãe de Fernando prestou depoimento, mas não deve ser indiciada, de acordo com delegado. Segundo o registro da ocorrência, Daniela Cristina De Medeiros Andrade foi ao local do acidente e levou o filho embora. Na ocasião, ela disse aos policiais que levaria o filho ao Hospital São Luiz Ibirapuera devido ao leve ferimento que ele apresentava na região da boca.
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