Fugitivos de Mossoró: Vídeos mostram momento da prisão perto de Marabá (PA)
Testemunhas registraram o momento em que os dois fugitivos da penitenciária federal de Mossoró (RN) foram encontrados e presos pela PRF nesta quinta-feira (4).
O que aconteceu
Vídeos mostram a abordagem dos agentes a Rogério da Silva Mendonça, 33, e Deibson Cabral Nascimento, 35. Eles foram encontrados uma rodovia próxima a Marabá (PA), a cerca de 1.600 quilômetros de Mossoró, após 50 dias de buscas. O Ministério da Justiça e da Segurança Pública montou uma força-tarefa de cerca de 500 agentes para achar os dois, que foram os primeiros a fugirem de uma penitenciária federal no Brasil.
Ao menos quatro viaturas foram avistadas nos registros. Nas imagens, também é possível ver a movimentação dos agentes e Rogério e Deibson rendidos. Algumas pessoas param para ver e gravar a ação da polícia. Os registros foram compartilhados pelas páginas "Pronto Falei" e "Naldo Lobo", no Facebook, além de outros veículos de imprensa locais.
Entenda o caso
Após 50 dias de buscas, os dois detentos que escaparam do presídio de segurança máxima foram encontrados em Marabá (PA). Os fugitivos e outros quatro homens estavam na capital Belém e foram capturados quando se deslocavam em três carros.
Rogério e Deibson estavam em veículos diferentes e eram escoltados. Os carros com os membros da facção Comando Vermelho do Acre eram conduzidos por comparsas dos fugitivos, segundo a PF.
PF apreendeu um fuzil com os fugitivos - que planejavam deixar o Pará quando foram capturados. Os agentes não sabem, porém, qual seria o novo destino de fuga deles.
O grupo foi recapturado em uma ação conjunta entre a PF e a PRF na BR-222. A ação ocorreu nas imediações de uma ponte rodoferroviária após trabalho de inteligência da PF com apoio da PRF para fazer o bloqueio. O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, está detalhando a ação nesta tarde.
Quem são os fugitivos
Fugitivos são "matadores do CV", diz a polícia. Fontes ouvidas pela reportagem indicam que os fugitivos não integram o alto escalão da facção e que são conhecidos por serem encarregados por assassinatos de pessoas no "tribunal do crime". O UOL não localizou os advogados deles.
Os dois detentos estiveram em rebelião em presídio do Acre em 2023. Deibson e Rogério foram então transferidos para a unidade federal de Mossoró em julho do ano passado.
Deibson cumpria pena de 81 anos de prisão. Conhecido como Tatu, ele tem o nome ligado a mais de 30 processos e responde por crimes como tráfico de drogas, organização criminosa e roubo por assalto a mão armada.
Rogério foi condenado a 74 anos de prisão e responde a mais de 50 processos. Conhecido como Martelo, ele tem uma suástica tatuada na mão e é acusado de homicídio qualificado, roubo e violência doméstica.
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Quero receberComo foram as buscas
Em um primeiro momento, forças policiais federais e estaduais fizeram buscas num raio de 15 quilômetros de distância do presídio federal. Lewandowski anunciou em 19 de fevereiro o emprego de mais cem agentes da Força Nacional para atuar nas buscas. A corporação saiu da área em 29 de março.
Secretarias de Segurança Pública de três estados anunciaram que estavam atuando juntas para fiscalizar divisas. Rio Grande do Norte, Paraíba e Ceará aumentaram o policiamento terrestre e aéreo da região. A Interpol foi alertada.
Roupas e pegadas foram encontradas por equipes da força-tarefa dois dias depois da fuga. Calçados e camisetas — que podem ser dos dois fugitivos — foram localizados em uma área rural de Mossoró. Com isso, as buscas se intensificaram na região próxima à penitenciária.
Diversas pessoas foram presas em flagrante por suspeita de ajudar os fugitivos. Na primeira semana de buscas, duas foram presas em flagrante e outra preventivamente. Em 22 de fevereiro, a Polícia Federal cumpriu nove mandados de busca e apreensão nas cidades de Mossoró, Quixeré (CE) e Aquiraz (CE) contra possíveis envolvidos no fornecimento de apoio aos foragidos.
Luminária, teto e tapume: como foi a fuga
Detentos abriram parede de presídio de Mossoró e fugiram por área próxima da luminária da cela. Deibson e Rogério fugiram pelo telhado da penitenciária na madrugada de quarta-feira cinzas (14 de fevereiro).
Lewandowski elencou uma série de falhas nos protocolos de segurança na unidade. Segundo o secretário nacional de Políticas Penais, André Garcia, o presídio passava por uma obra de manutenção, es presos teriam tido acesso às ferramentas utilizadas na reforma — que não estavam trancadas.
Defeitos na construção do presídio também foram apontados. A saída pelo teto teria sido possível porque o prédio é de alvenaria e não de concreto. Câmeras e luzes não estavam funcionando adequadamente.
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