Sakamoto: Brasil acordou sobre mudanças climáticas, mas precisa se mexer
O Brasil despertou para o cenário das mudanças climáticas no planeta, mas precisa se mobilizar para evitar a repetição de tragédias como a que assola o Rio Grande do Sul, disse o colunista Leonardo Sakamoto no UOL News desta quinta (9).
O Brasil se ligou, mas se isso vai gerar mobilização são outros quinhentos. Uma coisa é saber; outra é se mexer. Há muita gente em Brasília que sabe que o clima está mudando e empurra com a barriga.
A população deixou claro e sabe o que está acontecendo. A questão é: só saber não basta. Tem que se mobilizar, e isso passa em votar nas pessoas corretas, que não se negam a mexer e mudar.
Uma coisa são as dezenas de bilhões de reais que serão usados para reconstruir o Rio Grande do Sul. O governo federal terá um pepino grande na mão e Haddad está com medo de que isso contamine outros estados. Mas, mais caro do que reconstruir, é fazer essa adaptação do país a esta situação que a população já demonstrou saber. O clima está mudando, problemas vão acontecer e custarão um dinheiro, mas ou mudamos, ou pereceremos. Leonardo Sakamoto, colunista do UOL
Ao comentar o resultado da pesquisa Genial/Quaest sobre a percepção dos brasileiros em relação à tragédia, Sakamoto avaliou que a principal responsabilidade política recairá sobre Sebastião Melo (MDB), prefeito de Porto Alegre.
Pelo que a pesquisa, aponta, o impacto político tende a sobrar com a Prefeitura de Porto Alegre. Por mais que se tenha um governo estadual com 68% de responsabilidade da tragédia, há a eleição municipal agora em outubro. O prefeito, que está tentando a reeleição, será instado a dar uma resposta.
Sabemos que um projeto de catástrofe ambiental não é pontual, mas estrutural de longo prazo. Há uma série de coisas que acontecem ao longo do tempo, mas é claro que o prefeito de plantão terá que responder a isso e, provavelmente, será prejudicado, a depender do que houver daqui em diante.
Dependendo do que o prefeito fizer na reconstrução, ele pode conseguir se reeleger. Em momentos de grande dificuldade e catástrofe, governantes têm a chance de sair como heróis ou vilões., Leonardo Sakamoto, colunista do UOL
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