RS: Vakinha arrecada R$ 58 milhões; para onde vai tanto dinheiro?

Mais de R$ 58,7 milhões já foram arrecadados para as vítimas das enchentes do Rio Grande do Sul em uma campanha virtual, até a tarde desta quarta-feira (8). A vaquinha intitulada "A Maior Campanha Solidária do RS" foi criada há uma semana e já teve doações de mais de 1 milhão de pessoas.

O que aconteceu

A campanha virtual para arrecadar dinheiro para instituições e pessoas que foram impactadas pelas enchentes foi criada pelo Instituto Vakinhas, o humorista Eduardo Gustavo Christ, conhecido como Badin, o colono, e equipe do programa Pretinho Básico, da Rádio Atlântida.

Diversas empresas, artistas, jogadores de futebol e influenciadores digitais passaram a apoiar a campanha virtual e divulgá-la em suas redes sociais. Até a tarde desta quarta-feira, 1.092.567 pessoas já haviam contribuído com a campanha. As doações podem ser a partir de R$ 1.

Luiz Felipe Gheller, CEO do Vakinha, plataforma onde a campanha é realizada, explica que os valores arrecadados já estão sendo usados para ajudar a população gaúcha que sofre com os estragos provocados pelas enchentes no estado.

A doação leva em torno de cinco dias para que o valor fique disponível. Estamos concentrando esforços para que esse dinheiro chegue até às vítimas o mais rápido possível. Sabemos da responsabilidade que é cuidar desse montante todo e para isso estamos buscando parcerias com empresas que possam nos ajudar. Luiz Felipe Gheller, CEO do Vakinha, plataforma onde a campanha é realizada

Segundo o CEO, a plataforma faz a prestação de contas dos valores que já foram destinados às ajudas. Eles podem ser acessados por qualquer pessoa.

Conforme o documento, pouco mais de R$ 5 milhões já foram usados para a compra de água, alimentos, remédios, colchões, materiais de limpeza, itens de higiene pessoal e combustível para barcos e helicópteros que estão ajudando nos regastes dos moradores.

Como a situação é urgente, já começamos a destinar o valor a instituições e empresas que estão trabalhando nos resgates. Após essa fase, vamos criar uma comissão para analisar as necessidades dos municípios e destinar o valor. Luiz Felipe Gheller, CEO do Vakinha

As campanhas virtuais criadas na plataforma não têm custo algum para serem iniciadas e qualquer pessoa pode fazer. Uma taxa é de 6,4% + R$ 0,50 por transação é cobrada pela plataforma para manter a estrutura tecnológica e funcionários.

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Como é uma situação que devastou todo o estado e atingiu muitos de nós, vamos abrir mão do lucro para destinar o valor às vítimas. Alguns impostos, taxas bancárias e custos operacionais não tem como arcarmos, mas o restante será doado. Luiz Felipe Gheller, CEO do Vakinha

O escritório da plataforma Vakinha fica em Porto Alegre (RS) e foi afetado pelas enchentes. Assim como a maioria dos colaboradores da empresa.

Temos 45 funcionários e 40 deles moram na capital gaúcha ou nas cidades metropolitanas. Muitos tiveram que sair de casa e perderam muita coisa. Aqueles que a casa não foi atingida estão abrigando familiares que foram afetados. Luiz Felipe Gheller, CEO do Vakinha

O número de mortos após chuvas chegou a 107, há 136 desaparecidos e 374 feridos. Mais de um 1,4 milhão de pessoas foram afetadas pelas chuvas. Mais de 164 mil pessoas estão desalojadas e mais de 67 mil foram acolhidas em abrigos.

Ao todo, 417 dos 497 municípios gaúchos — ou seja, 83,9% deles — foram afetados.

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