Fenol é apreendido em clínica onde idosa sofreu queimaduras em Curitiba

Frascos de fenol, além de produtos vencidos e sem registro, foram apreendidos na clínica onde uma idosa passou por um procedimento de peeling e teve queimaduras graves em Curitiba.

O que aconteceu

Foram encontrados, além do fenol, ácido hialurônico vencido e produtos injetáveis sem registro na Anvisa. A operação e as apreensões foram realizadas pela Polícia Civil e pela Vigilância Sanitária.

Investigação apura os crimes de lesão corporal e exercício ilegal da medicina. O uso de produto falsificado destinado a fins terapêuticos ou medicinais também é investigado.

Todos esses produtos injetáveis, que nem poderiam estar sendo feitos, esse procedimento, nos pacientes, porque essa esteticista não poderia fazer procedimento invasivo nos pacientes, nas clientes
Delegada Aline Manzatto

Fenol era receitado por dentista e manipulado em São Paulo. Receita era feita em nome da esteticista Pamila Sanny Souza Rios, como se fosse utilizar o produto nela mesma. "E aí ela trazia esses produtos para Curitiba e acabava aplicando na cliente", detalhou a delegada. A polícia, porém, não divulgou o nome da profissional de SP. Por isso, não foi possível localizá-la, nem entrar em contato com a defesa.

O procedimento foi feito no dia 25 de maio por uma mulher que se identificou para a vítima como biomédica, segundo a delegada Aline Manzatto. Porém, a Polícia Civil apurou que a investigada não é formada em biomedicina.

Pamela não sabia que havia produtos na clínica que tinham a comercialização proibida pela Anvisa, afirmou o advogado Paulo Cristo. O ácido vencido teria sido utilizado apenas um um dos cursos de esteticista que ela fez.

A defesa também afirma que Pamela não manipulou o medicamento. "É incorreta essa afirmação. Ela recebeu as unidades de fenol em nome dela. Seria um absurdo [medicamos serem aplicados na própria Pamela]".

O caso

A vítima foi hospitalizada com dores intensas após 11 dias do procedimento. A mulher foi submetida a uma cirurgia.

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A suposta biomédica teria dito que as dores eram normais. "Por diversas ocasiões após o procedimento, a vítima e os familiares questionaram a profissional sobre a necessidade de assistência médica, a qual teria afirmado que as dores eram normais e apenas recomendou a aplicação de uma pomada no rosto", disse a delegada.

Advogado contesta. Defesa diz que responsável pelo procedimento é aluna de biomedicina e técnica em estética, com "mais de 9 anos" de experiência. "Sempre tem se especializado em novas técnicas de beleza, inclusive com o manejamento de fenol em São Paulo por uma profissional de classe", diz a nota do advogado Paulo Cristo.

Defesa rebate denúncia de paciente. Segundo ele, as imagens divulgadas pela idosa são diferentes das anexadas ao processo, que comprovariam "que a recuperação do procedimento estava a contento". "Em nenhum momento a vítima disse estar passando mal ao ponto de ser internada ou lavada a procedimento de enxerto", garante.

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