Conteúdo publicado há 6 meses

Falso médico que faturava R$ 40 mil por semana em clínica é indiciado em MG

Um fisioterapeuta de 37 anos que atuava em Belo Horizonte foi indiciado por cinco crimes na terça-feira (18) pela Polícia Civil.

O que aconteceu

Fisioterapeuta é suspeito de estelionato, exercício ilegal da medicina e mais três crimes. A Polícia Civil de Minas Gerais também indiciou Bruno Cézar Lucchesi por falsidade ideológica, emissão de atestado médico falso e exposição da vida ou da saúde de terceiros a perigo direto e iminente. A conclusão do inquérito policial foi enviada à Justiça.

Profissional faturava em torno de R$ 40 mil por semana e tinha vida de luxo. Segundo as investigações, clínica oferecia tratamentos, procedimentos e consultas médicas. O fisioterapeuta também fazia parcerias com laboratórios e farmácias e vendia medicamentos. De acordo com o delegado Túlio Leno, Lucchesi vivia de carros alugados e fazia viagens ao exterior — ele, inclusive, estava com um pacote comprado para a República Dominicana.

Além de pacientes, parceiros e profissionais da clínica também foram vítimas. Todos acreditavam que Lucchesi era formado em medicina ou que tinha especializações na área de fisioterapia, segundo a polícia. "Por ser o dono da clínica, era ele quem controlava todos os atendimentos, controlava o faturamento, todas as suas parcerias", explicou a delegada Gislaine Rios em entrevista à TV Globo.

Suspeito usava CRM de outros profissionais para pedir exames e prescrever remédios. As investigações apontam que, a depender da necessidade do paciente, Lucchesi se apresentava como ortopedista, traumatologista, endocrinologista, dentre outras especialidades. Ele ainda fazia harmonizações corporais e faciais, peelings, infiltrações na coluna e joelho e outros procedimentos médicos e estéticos.

Polícia acredita que fisioterapeuta atuava de forma irregular há três anos. As investigações começaram após uma denúncia de suposto erro em um procedimento médico. À polícia, Lucchesi reforçou que é fisioterapeuta, alegou que tinha autorização do Crefito-4 (Conselho Regional de Fisioterapia) e negou ter causado sequelas a alguém. O UOL procurou o conselho para confirmar a formação e aguarda retorno.

"Pensando se tratar de um erro médico, os investigadores foram até o local e descobriram que o suspeito é fisioterapeuta, que não tem especialidades e que se passava por médico", destacou a delegada, citando uma operação realizada no último dia 3.

Suspeito está preso preventivamente. O UOL ainda tenta contato com a defesa. O espaço segue aberto para manifestação.

Os primeiros atendimentos da clínica independentemente do problema da pessoa, da especialidade -, tudo era feito por ele. Nós conseguimos apurar que o faturamento semanal desta clínica era de R$ 40 mil. Isso fazia com que ele tivesse uma vida de luxo, com viagens ao exterior e diversos carros alugados. Ele ficava nesta clínica o dia inteiro, até para não mostrar aos outros parceiros toda a vida que ele mantinha.
Delegada Gislaine Rios, à TV Globo

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