Revolução de 1932: veja fotos da data histórica em São Paulo
O estado de São Paulo celebra nesta terça (9) mais um aniversário da Revolução de 1932, um dos maiores confrontos armados do século 20 no Brasil. Nessa data, há 92 anos, as autoridades do estado mais populoso e economicamente importante do país anunciavam que pegariam em armas para depor o presidente Getúlio Vargas (1882-1954).
A perda da hegemonia política de São Paulo firmaram o cenário de aliança de classes médias e altas que defendiam uma nova Constituição e a deposição do então presidente.
Confira fotos históricas do conflito
O ano de 1932 era marcado por marchas antivarguistas em São Paulo.
Em uma delas, em 23 de maio, quatro jovens manifestantes morreram pela repressão: Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo.
Suas mortes inspiraram a criação da organização política e militar clandestina MMDC e geraram um clima de revolta que eclodiu na guerra paulista, em 9 de julho.
De um lado das trincheiras, estavam soldados e dezenas de milhares de paulistas que se alistaram como voluntários. Do outro, forças federais comandadas por Vargas e pelos "tenentes" —jovens oficiais do Exército que exerceram papel preponderante na Revolução de 30 —, segundo apuração da Folha de S.Paulo.
Elites paulistas enfatizavam uma nova constituição como bandeira do conflito, mas essa não era a única motivação. Entre os outros motivos, estavam a disputa pelo poder no estado paulista, a perda de lucros com a economia cafeeira pós-Vargas, e um sentimento regionalista exacerbado.
Apesar de levar pautas paulistas, a guerra acabou envolvendo outros estados. Foram registradas batalhas nos territórios de Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Mato Grosso —o único estado com efetivos militares que apoiaram os paulistas.
O conflito deixou 1000 mortos entre os combatentes —e acabou com a derrota de São Paulo. O triunfo das tropas federais sobre os insurgentes teve ampla repercussão e interpretações divergentes nos anos seguintes.
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Quero receberA guerra iniciada pelos paulistas é controversa até hoje, sendo chamada de "golpe" por alguns. Muitos historiadores nomeiam o levante de Revolução Constitucionalista, mas outras classificam o "Movimento de 32" como uma tentativa de golpe patrocinada pelas elites com adesão de diversos segmentos.
As batalhas duraram 87 dias, até 2 de outubro, quando os insurgentes assinaram a rendição.
Apesar da derrota, a oposição a Vargas teria alcançado "triunfo" político, com homenagens e monumentos feitos para os "heróis" da revolução. Textos apresentados em espaços oficiais narram uma versão triunfalista dos fatos, na linha de cerimônias formais promovidas por governos paulistas e monumentos como o Obelisco para os Heróis de 32, no Ibirapuera.
O engajamento popular durante o conflito era "unânime", da capital ao interior, segundo publicação no site da Assembleia Legislativa de São Paulo. "Nada menos que 200 mil homens se apresentaram para lutar, mas não havia armas para todos; somente perto de 30 mil puderam efetivamente ser aproveitados."
Mas a vantagem numérica e técnica das tropas federais levou à rendição dos paulistas.
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