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Presidente afastado da UPBus é preso; empresa é investigada por elo com PCC

O presidente da empresa de ônibus UPBus, Ubiratan Antônio da Cunha, que estava afastado do cargo, foi preso nesta terça-feira (16). O investigado é réu pela prática dos crimes de lavagem de dinheiro e organização criminosa.

O que aconteceu

Justiça decretou prisão preventiva após pedido do Ministério Público de São Paulo. Ubiratan foi um dos alvos da Operação Fim da Linha, deflagrada em abril deste ano. A operação mirou empresários das empresas UPBus e TransWolff. Segundo o MP, a empresas de ônibus eram utilizadas pelo PCC para lavar dinheiro obtido com o tráfico de drogas.

O presidente afastado foi preso hoje. O mandado de prisão foi cumprido policiais civis da 2ª Delegacia da Divisão de Investigações sobre Crimes contra o Patrimônio

Ubiratan não cumpriu ordem judicial, diz o MP. No dia 5 de junho, a Polícia Civil de São Paulo foi procurada por integrantes da cooperativa sucedida pela UPBus em razão de terem sido expulsos da sede da empresa pelo dirigente da sociedade, atualmente impedido por ordem da Justiça de frequentar o local. Os fatos foram comunicados ao Ministério Público.

Ministério Público também classificou descumprimentos de medidas cautelares como afronta à decisão judicial. Posteriormente, o MPSP descobriu que, na mesma semana, o interventor nomeado pelo município foi atraído por funcionários da UPBus sob o pretexto de tomarem um café em um estabelecimento nas redondezas da garagem. O dirigente esperava por ele no local, em afronta à decisão judicial.

Investigadores apreenderam 23 armas de fogo de Ubiratan no dia 25 de junho.

O UOL não localizou a defesa do presidente afastado da UPBus. O espaço segue aberto para manifestação.

Operação Fim da Linha

A operação mirou empresários da UPBus e TransWolff. Segundo o MP, as "organizações criminosas" lavam dinheiro do tráfico de drogas, roubos e outros ilícitos.

Foram cumpridos quatro mandados de prisão e 52 de busca e apreensão. A Justiça determinou bloqueio de mais de R$ 600 milhões em patrimônio. Em um dos imóveis, os agentes encontraram fuzis, dinheiro e joias. 41 alvos são da cidade de São Paulo e os demais são de Barueri, Cotia, Guarujá, Guarulhos, Itapecerica da Serra, Itaquaquecetuba, Itu, Mauá, Santana de Parnaíba, São Bernardo do Campo e São José dos Campos.

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Entre os presos hoje estão Luiz Carlos Efigênio Pacheco, conhecido como "Pandora", dono da Transwolff, e Robson Flares Lopes Pontes, dirigente da Transwolff. O primeiro foi detido em casa, enquanto o segundo estava na garagem da empresa. A polícia também prendeu Joelson Santos da Silva.

A Receita Federal identificou a utilização de diversos esquemas tributários para lavagem de dinheiro do crime organizado. Mesmo em anos em que registravam prejuízos, as empresas alvo da operação distribuíam ganhos milionários a seus sócios, segundo a Receita.

A Receita Federal já identificou também que ao menos R$ 25 milhões em débitos de tributos federais foram objeto de compensações tributárias fraudulentas realizadas por uma das empresas. Após as compensações, a empresa conseguia obter Certidões Negativas de Débitos, documento indispensável para participar de licitações, prejudicando assim o caráter competitivo dos certames em que participava.
Nota da Receita Federal

A Receita Federal deu início, durante o cumprimento dos mandados, a 21 fiscalizações de pessoas físicas e jurídicas. Os contribuintes fiscalizados detêm, juntos, patrimônio total declarado de mais de R$ 148 milhões e movimentaram, apenas entre 2020 e 2022, mais R$ 732 milhões em suas contas correntes. A Receita Federal estima que serão lavrados autos de infração da ordem de R$ 200 milhões.

A UPBus e Transwolff transportam quase 700 mil passageiros por dia na zona leste e sul de São Paulo.

Somente em 2023, a TW arrecadou quase R$ 748 milhões com o transporte de passageiros. Já a UPBus arrecadou mais de R$ 80 milhões. Os números constam em relatório do Ministério Público de São Paulo, obtido pelo UOL.

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