Família de vítima agride condutor de Porsche em delegacia; vídeo
O motorista suspeito de matar atropelado o motociclista Pedro Figueiredo foi agredido por familiares e amigos da vítima ao deixar a delegacia nesta segunda-feira (29).
O que aconteceu
Igor Ferreira Sauceda, de 27 anos, foi recebido por socos e murros de amigos e familiares da vítima. Ele apareceu na delegacia coberto com um capuz de moletom, escondendo o rosto, no 48º DP, na Cidade Dutra.
O pai de Pedro e outro homem partem para cima do suspeito. Em seguida, agentes da polícia tentar separar a briga e afastam os parentes.
''Assassino, filha da puta'', gritam os que estavam presentes. ''Mataram meu filho, seu bando de bandido'', diz o pai. ''Acha bonito o que seu irmão fez? É bom ter dinheiro, né?'', questiona outro familiar.
Defesa de motorista fala em 'fatalidade'
Advogado de Igor afirmou que o motorista voltava do trabalho quando aconteceu a colisão. Ao deixar a delegacia na tarde desta segunda-feira (29), Carlos Bobadilla disse à imprensa que Igor é "um cara trabalhador, honesto, do bem, que jamais teve qualquer antecedente criminal em toda a sua vida". Defensor também reforçou que o suspeito não estava bêbado.
O que aconteceu foi uma fatalidade e ele, infelizmente, veio a colidir com a motocicleta da vítima. Infelizmente aconteceu essa fatalidade. Não teve nenhum dia de fúria. E o que importa é que ele não estava alcoolizado. O exame do bafômetro saiu zerado. Toda a narrativa que eu já cheguei a ouvir, inclusive aqui na delegacia, de que ele estava bêbado e provocou esse acidente, é inverídica porque ele estava sóbrio, voltando do trabalho.
Carlos Bobadilla, advogado de Igor, à imprensa
Familiares de Pedro voltaram a demonstrar revolta durante a saída do defensor do motorista do distrito policial.
Entenda caso
Pedro Kaique Ventura Figueiredo, de 21 anos, foi atingido pelo Porsche amarelo na avenida Interlagos. O jovem foi socorrido ao Hospital do Grajaú, mas não resistiu. Um vídeo de câmera de segurança mostrou Igor Ferreira Sauceda, de 27 anos, perseguindo a moto.
O acidente teria ocorrido após uma briga de trânsito. Em alta velocidade, as imagens flagraram o momento da batida entre o carro e a moto, que é jogada contra o muro de um canteiro.
Ao ser contestado por testemunhas, Igor disse que ''foi fechado'' pelo motociclista. Logo após a batida, pessoas que presenciaram a cena foram confrontar o condutor do Porsche e registraram um vídeo, que circula nas redes sociais.
Motorista saiu normalmente do carro. ''Você matou o cara da moto por causa do retrovisor do seu carro'', disseram populares ao suspeito. Igor nega a eles que esse tenha sido o motivo.
A moto do homem ficou destruída na calçada da avenida. Enquanto isso, o Porsche, também danificado, foi encontrado atravessada no meio da rua. Exames periciais foram solicitados aos institutos Médico Legal (IML) e de Criminalística (IC) e estão sendo elaborados, informou a SSP (Secretaria da Segurança Pública).
Suspeito fez teste do bafômetro e teve resultado negativo. O caso está sendo investigado pelo 48º DP.
Igor foi preso em flagrante após alteração da polícia. O caso, registrado inicialmente como homicídio culposo (quando não há intenção de matar), foi encaminhado para outra delegacia e alterado para homicídio com dolo eventual, por motivo fútil, (quando o agente não tem a intenção direta de provocar a morte, mas assume o risco desse resultado ao realizar uma conduta perigosa). Com a mudança, o motorista, que seria posto em liberdade, permaneceu preso e passará por audiência de custódia na terça-feira (30).
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Quero receberAlém disso, a ocorrência inicial também foi registrada como lesão corporal culposa. A reportagem entrou em contato com a SSP-SP para saber se a tipificação de lesão corporal segue como culposa, mas não obteve retorno.
Porsche lamenta morte e nega vínculo com motorista
"É com profundo pesar que a Porsche lamenta o acidente que vitimou Pedro Kaique Figueiredo. Apresentamos nossas mais sinceras condolências à sua família e amigos.
A Porsche Brasil reafirma seu comprometimento com a segurança nas estradas e o respeito às normas estabelecidas no Código Nacional de Trânsito. A empresa não possui qualquer vínculo com o motorista envolvido no acidente.
Investimos extensivamente em programas de treinamento de condução como forma de ampliar a segurança no uso dos automóveis. Além disso, oferecemos um portfólio de oportunidades para utilização dos veículos em ambientes seguros e controlados.
Que a lembrança deste e de outros trágicos acontecimentos inspire a reflexão e a promoção de uma conduta mais segura e responsável".
Porche, em nota enviada ao UOL
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