Região metropolitana do Rio tem 23 adolescentes baleados em 2024
Com a morte a tiros de Guilherme Souza de Assis, 13 anos, no Morro dos Macacos, no domingo (4), a região metropolitana do Rio de Janeiro chegou a 23 adolescentes baleados em 2024. O dado foi levantado pelo Instituto Fogo Cruzado.
O que aconteceu
Entre janeiro e agosto deste ano, 11 adolescentes morreram e 12 ficaram feridos por tiroteios. Ainda segundo o Fogo Cruzado, 31 adolescentes foram baleados no mesmo período do ano passado.
Dos 23 adolescentes baleados em 2024, cinco foram atingidos em meio a disputas entre grupos armados. Destes, três morreram e dois ficaram feridos.
No domingo, Guilherme Souza de Assis, de 13 anos, foi atingido por um disparo. Ele estava em sua festa de aniversário quando criminosos do CV (Comando Vermelho), em guerra com o TCP (Terceiro Comando Puro), que atua no Morro dos Macacos, chegaram em uma moto e um carro e abriram fogo contra um grupo de pessoas. O menino tinha o sonho de ser jogador de futebol.
Além do adolescente, Luiz Gabriel Costa de Jesus, 20, também morreu. Ele era entregador de farmácia e foi baleado voltando do trabalho. A mãe de Guilherme também foi atingida por tiros e encaminhada a um hospital.
Mais de 500 adolescentes baleados em 8 anos
Adolescentes representam 76% das vítimas de tiros na região metropolitana do Rio nos últimos oito anos. Desde 2016, ano em que o Fogo Cruzado passou a mapear as vítimas baleadas na cidade, foram contabilizados 665 crianças e adolescentes mortos nestas condições. Dos 508 adolescentes vitimados, 253 morreram e 255 ficaram feridos.
O Morro dos Macacos, na zona norte do Rio, vive disputa inflamada entre grupos armados. De 41 tiroteios registrados em Vila Isabel, 38 foram na localidade. Em 2024, oito pessoas morreram e duas ficaram feridas.
Nas redes sociais, relatos são de tensão entre duas facções. O CV disputa território na zona norte do Rio com o TCP.
Questionada sobre os números, a Polícia Civil respondeu apenas sobre a ocorrência de domingo (4). A Delegacia de Homicídios da Capital afirmou que tenta "identificar a autoria dos disparos" e "esclarecer as circunstâncias dos fatos".
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