Conteúdo publicado há 29 dias

Ônibus são depredados e pneus esvaziados em greve de motoristas em PE

Pelo menos três ônibus foram depredados e outro veículo teve os pneus esvaziados em atos de vandalismo, nesta terça-feira (13), no segundo dia da greve dos motoristas rodoviários na região metropolitana do Recife (PE).

O que aconteceu

Três coletivos foram depredados por revoltosos com a greve. Os ônibus vandalizados estavam em operação na avenida Norte, na zona norte do Recife, na UR-11 e em Barra de Jangada, em Jaboatão dos Guararapes, segundo a Urbana-PE, Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros de Pernambuco.

Motorista foi ameaçado. Ainda segundo a Urbana-PE, pelo menos um condutor recebeu ameaças de duas pessoas encapuzadas. Devido ao ocorrido, os três coletivos foram retirados de operação. Cenas de violência já haviam sido registradas na segunda-feira (12), no primeiro dia de paralisações, quando um homem atirou uma pedra em um ônibus e feriu uma passageira no Terminal Integrado da PE-15, em Olinda.

Ônibus foram parados na Avenida Agamenon Magalhães, uma das mais movimentadas na região central do Recife, na manhã de hoje, e os passageiros tiveram que descer. No período em que os coletivos permaneceram parados na via, pelo menos dois homens foram filmados esvaziando os pneus dos ônibus. Os indivíduos, supostamente passageiros, forçam a válvula da câmara de ar dos pneus dianteiros para esvaziá-los.

Esvaziar os pneus atrasa ainda mais a circulação dos coletivos, lamentou a Urbana-PE. "Quando os ônibus conseguem circular, eles são impedidos, inclusive se utilizando dessa tética de esvaziar pneus", informou o sindicato.

Passageiros enfrentam grandes filas e maior tempo de espera para conseguir embarcar. O Tribunal Regional do Trabalho da 6º Região determinou que 60% da frota devido circular em horário de pico (das 6h às 9h e das 17h às 20h). A Urbana disse monitorar a operação "fazendo o máximo para que a decisão do TRT-6 seja cumprida".

Grevistas querem reajustes

Greve é motivada por reajuste salarial e garantia de outros benefícios. O Sindicato dos Rodoviários pede aumento real de 5% no salário, adicional de dupla função de R$ 500 e aumento do ticket refeição para R$ 720. Ainda, a categoria quer ter direito a plano de saúde integral e o fim do controle de jornada por GPS por entender que este tipo de monitoramento desconta dos trabalhadores quando há atrasos motivados por quebra dos coletivos.

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Urbana-PE recusa derrubada do monitoramento por GPS e plano de saúde integral. Conforme o sindicato, os donos dos coletivos propõem reajuste de 4,2%, com aumento real de 0,5%, acréscimo de R$ 34 no ticket refeição e adicional de R$ 180 por dupla função.

Rodoviários culpam governo de Pernambuco, regido por Raquel Lyra (PSDB), por ignorar as demandas da categoria. Conforme a classe, a responsabilidade pela greve é da gestão estadual e dos empresários e cabe a governadora intermediar as negociações. Até o momento, o governo de Lyra não se manifestou.

Veja a nota do Sindicato dos Rodoviários

Desde as primeiras assembleias, a categoria já deixava claro sua insatisfação e que se não houvesse nova proposta iria à greve. No entanto, nada, nenhuma nova proposta foi feita! O governo Raquel Lyra, responsável pela gestão do Transporte público de passageiros, por sua vez simplesmente ignora tal situação. Entretanto, somente em subsídios já foram destinados mais de R$348 milhões aos empresários, com a previsão de chegar a R$ 400 milhões até o fim do ano. Entendemos portanto que o Governo do Estado precisa participar das negociações e mediar uma solução, a responsabilidade pela GREVE é do governo doestado e dos empresários. Esperamos que até o início da GREVE esses agentes assumam sua responsabilidade e apresentem uma proposta decente que possa impedir o movimento paredista.

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