Conteúdo publicado há 3 meses

Polícia identifica mais 3 suspeitos de estupro coletivo de menina em SP

A Polícia Civil de São Paulo identificou mais três suspeitos de participação no estupro coletivo de uma menina de 13 anos, em Praia Grande, no litoral do estado, no mês passado. Na decorrer desta semana, a investigação já tinha identificado outros cinco suspeitos. A polícia segue analisando as imagens dos vídeos para saber quem são os outros — pelo menos dez rapazes estão envolvidos no caso.

O que aconteceu

Até o momento, a polícia conseguiu identificar ao menos oito suspeitos. Desses, apenas um é maior de idade, tem 18 anos. A informação foi revelada pela TV Tribuna e confirmada pelo UOL.

Por se tratar de estupro de vulnerável, a polícia não forneceu maiores detalhes da investigação. O caso passou a ser investigado após os pais da vítima registrarem boletim de ocorrência na Delegacia da Mulher de Praia Grande. Os investigadores continuam realizando diligência para determinar todas as circunstâncias do crime e identificar outros suspeitos.

O homem de 18 anos foi detido e deve responder por estupro de vulnerável. Os demais envolvidos no estupro foram encaminhados ao Ministério Público do estado.

Menina foi abusada após encontro com namorado

Menina se relacionava com o adolescente pelo Instagram e acreditava que os dois estavam namorando. Na ocasião em que foi abusada, a vítima havia marcado um encontro com o namorado, que mandou um mototáxi buscá-la e levá-la até um endereço na Vila Sônia, para uma casa que ele havia pegado "emprestada", segundo informações repassadas pela Polícia Civil de São Paulo.

O namorado da menina queria que ela ficasse com ele e com um outro rapaz, conhecido dele. A menina negou o sexo a três, mas foi ignorada. Conforme a delegada do caso, Lyvia Cristina Bonella, a adolescente manteve relação com um deles sob o efeito de bebida alcoólica.

Pouco tempo depois, outros rapazes chegaram na residência. A vítima foi estuprada por um grupo de oito pessoas, que a forçaram a ingerir mais bebida alcoólica. Em seguida, a menina foi levada para outro endereço ainda não identificado pela polícia, onde foi abusada por mais três pessoas.

Polícia ainda não sabe exatamente o número de pessoas que abusaram da menina, mas estima que pelo menos entre dez e 12 rapazes estão envolvidos. "Quando ela se viu naquele local com vários rapazes, ela não tinha condições de esboçar nenhuma reação ou fuga pela desproporcionalidade numérica. Então, por si só, já seria um estupro de vulnerável", explicou a delegada em entrevista à TV Tribuna.

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Delegada reforçou a necessidade de os pais monitorarem a rotina dos filhos nas redes sociais. Bonella destacou que não é recomendado permitir que eles passem muito tempo online sem supervisão e ressaltou a necessidade de se atentar a mudanças de comportamento. "[Os pais precisam] saber com quem esse adolescente convive, que tipo de amizades tem, estar presente na vida dele", pontuou.

Estupro coletivo aconteceu em julho

Na ocasião, a menina ficou desaparecida por dois dias e sua família chegou a registrar boletim de ocorrência. Após reaparecer, a vítima não contou para os pais sobre a violência sofrida. Os genitores dela tomaram conhecimento do crime porque os abusos foram filmados e compartilhados em grupos de mensagens.

Uma conhecida da família da menina tomou conhecimento das imagens, reconheceu a vítima e reportou o caso para os pais dela. Em seguida, os genitores da adolescente foram até a Delegacia da Mulher de Praia Grande para registrar denúncia, quando o caso passou a ser investigado.

Menina passou por escuta especializada na delegacia e relatou o ocorrido. Por se tratar de um caso de estupro de vulnerável, a delegada não contou detalhes do relato da vítima, mas classificou o episódio como um "ato animalesco".

Ela não tem capacidade de consentir o ato sexual, então qualquer pessoa que praticar o ato sexual com uma menina de 13 anos está praticando estupro de vulnerável. Lyvia Cristina Bonella, da DDM de Praia Grande, à TV Tribuna

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A violência sexual contra a mulher no Brasil

Em 2023, os estupros no Brasil aumentaram 6,5% em comparação a 2022, com uma média de um caso a cada seis minutos. No ano passado, o país registrou 83.988 crimes de estupro, um recorde desde que o FBSP (Fórum Brasileiro de Segurança Pública) começou a coletar esses dados em 2011 a partir dos registros policiais. Das vítimas, 88,2% são mulheres e 61,6% são menores de 14 anos, o que também caracteriza estupro de vulnerável.

Como denunciar violência sexual

Atendimento médico e boletim de ocorrência. Vítimas de violência sexual não precisam registrar boletim de ocorrência para receber atendimento médico e psicológico no sistema público de saúde, mas o exame de corpo de delito só pode ser realizado com o boletim de ocorrência em mãos. O exame pode apontar provas que auxiliem na acusação durante um processo judicial, e podem ser feitos a qualquer tempo depois do crime. Mas por se tratar de provas que podem desaparecer, caso seja feito, recomenda-se que seja o mais próximo possível da data do crime.

Em casos flagrantes de violência sexual, o 190, da Polícia Militar, é o melhor número para ligar e denunciar a agressão. Policiais militares em patrulhamento também podem ser acionados. O Ligue 180 também recebe denúncias, mas não casos em flagrante, de violência doméstica, além de orientar e encaminhar o melhor serviço de acolhimento na cidade da vítima. O serviço também pode ser acionado pelo WhatsApp (61) 99656-5008.

Legalmente, vítimas de estupro podem buscar qualquer hospital com atendimento de ginecologia e obstetrícia. Lá tomarão medicação de prevenção de infecção sexualmente transmissível, terão atendimento psicológico e farão interrupção da gestação legalmente. Na prática, nem todos os hospitais fazem o atendimento. Para aborto, confira neste site as unidades que realmente auxiliam as vítimas de estupro.

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