Conteúdo publicado há 20 dias

Suspeito de stalkear gêmeas é preso no PR: 'Preço do pecado é a morte'

Um homem de 39 anos foi preso na quarta-feira (21), em São Paulo, investigado por crime de stalking contra irmãs gêmeas no município de Rio Branco do Sul, na região metropolitana de Curitiba (PR).

O que aconteceu

Robson Leonardo Faria estava foragido desde julho, mas foi encontrado em um estacionamento da capital paulista. "Recebemos informações de que ele estaria trabalhando em um estacionamento em São Paulo. Lá, o homem foi localizado e foi possível dar cumprimento ao mandado de prisão", disse o delegado Gabriel Fontana.

O homem planejava fugir para o Rio de Janeiro, segundo a Polícia Civil. Ele perseguia Gabrielle e Luiza Britto, 20, que eram vizinhas dele, com mensagens nas redes sociais e emails, mesmo após a expedição de uma medida protetiva a favor delas.

"O preço do pecado é a morte", diz uma das mensagens atribuídas a Robson, obtida pela RPC, afiliada da Globo no Paraná. Em um email, ele teria lamentado não ter atropelado o namorado de Gabrielle: "O arrependimento de não ter jogado meu carro em cima do [namorado] aquele dia?".

Em mensagem no Instagram, ele teria dito que se casaria com a jovem. "Esse ano vou tomar você e casar com você", escreveu. "Ele está te enganando, Gabrielle. É um oportunista. O dia que ele for embora, você tem meu contato, porque eles sempre vão. Só o meu amor é verdadeiro, e esperei você crescer", enviou Robson, três dias depois.

O UOL tenta localizar a defesa de Robson Leonardo Faria. O espaço segue aberto para manifestação.

Luiza Britto e Gabrielle, perseguidas por Robson
Luiza Britto e Gabrielle, perseguidas por Robson Imagem: Reprodução/RPC

Vítima teria sido agarrada

Gabrielle contou à RPC que a perseguição começou no início de 2023 por meio de mensagens nas redes sociais. Ela bloqueou Robson, mas ele criou novos perfis e o contato se intensificou.

Continua após a publicidade

O homem teria assediado amigos, parentes e até o grupo da igreja do qual ela fazia parte. No início deste ano, Gabrielle registrou o primeiro B.O. Depois de uma audiência, ela afirma que o investigado sumiu, mas apareceu em maio e a agarrou na rua.

"Eu paralisei ali, não sabia o que fazer", disse Gabrielle. "Ele foi tentar puxar meu braço pelo vidro do carro, ele tentou abrir a porta, e eu comecei a gritar para os vizinhos", acrescentou.

Foi a partir desse dia, conta a jovem, que a irmã Luiza também passou a ser vítima da perseguição. "Agora vamos voltar a viver em paz, porque a gente não tinha paz. Era o dia todo em casa, com medo, a gente não fazia nada por medo de encontrar ele na rua e ele tentar fazer alguma coisa com a gente", disse Luiza.

Promulgada em 2021, a lei prevista no artigo 147-A do Código Penal Brasileiro tenta combater um problema antigo. Antes da sua implementação, casos de perseguição costumavam ser tipificados como contravenção penal.

Para enquadrar como um caso de stalking, é necessário que a perseguição seja reiterada. A prática também deve causar algum tipo de dano à vítima, como invadir sua intimidade, impedir seu deslocamento, ameaçar a integridade física e causar prejuízos psicológicos.

Deixe seu comentário

Só para assinantes