Conteúdo publicado há 20 dias

Justiça manda prender novamente acusada por morte de amiga empresária em SP

A Justiça de São Paulo emitiu uma nova decisão e mandou prender novamente a mulher acusada de envolvimento no assassinato da própria amiga. A vítima era empresária e foi encontrada morta a facadas dentro de seu veículo, um Jeep Renegade, em São Paulo, em fevereiro de 2023. A acusada nega envolvimento com o crime.

O que aconteceu

Soltura de acusada foi revertida após pedido do Ministério Público. Em 9 de agosto, o relator Roberto Porto, da 4ª Câmara de Direito Criminal, apontou que as acusações contra Cintia Maria Feliciano Peixe, 33, e Leandro Aparecido dos Santos são "gravíssimas" e com indícios de autoria "patentes". Ele pediu que Cintia e Leandro — soltos, respectivamente, desde o fim de julho de 2024 e novembro de 2023 — fossem presos novamente.

Dupla foi denunciada pelo crime em abril de 2023. Cintia e o motorista dela, Leandro, foram denunciados por homicídio duplamente qualificado (mediante pagamento ou promessa de recompensa e uso de recurso que dificultou a defesa da vítima). Cintia era amiga da vítima, a empresária e agiota Thais Rocha Secundino, de 28 anos, e recebia comissão para fazer a cobrança de valores emprestados pela jovem.

A empresária Thais Rocha Secundino (à esq.) e a amiga Cintia Maria Feliciano Peixe (à dir.)
A empresária Thais Rocha Secundino (à esq.) e a amiga Cintia Maria Feliciano Peixe (à dir.) Imagem: Cedido ao UOL

Após decisão do dia 9, a Defensoria pediu que Leandro não fosse preso de novo e Justiça aceitou. Em 14 de agosto, o magistrado Roberto Zanichelli Cintra, responsável pelo caso, apontou "surpresa" no pedido da promotoria para a revogação da soltura de Leandro quase nove meses após decisão que o libertou. Para Cintra, o MP não trouxe nenhum novo argumento que mostrasse que a liberdade do acusado deveria ser anulada. Desta forma, o magistrado permitiu que Leandro siga em liberdade e manteve o mandado de prisão contra Cintia.

A reportagem consultou que há um mandado de prisão, pendente de cumprimento, em nome de Cintia. A informação foi consultada no sistema BNMP (Banco de Mandados de Prisão), do CNJ (Conselho Nacional de Justiça).

A reportagem tenta contato com a defesa de Cintia para pedido de posicionamento. O espaço segue aberto para manifestação. Anteriormente, a defesa da mulher disse que, no seu entendimento, não existem provas contra cliente e reforçaram a tese de que ela é inocente e que não existe nenhuma prova que ela tenha matado Thais.

Já a defesa de Leandro, representada pela Defensoria Pública, informou anteriormente que, "como praxe em ações criminais, apenas nos manifestaremos nos autos do processo".

Detalhes do caso

Vítima era agiota e amiga atuava como funcionária dela. Antes do crime, Thais, que também era dona de uma adega no centro da capital paulista, contou para a mãe que Cintia estaria desviando o dinheiro que recolhia dos empréstimos e demonstrou descontamento com a situação, tentando encontrar a colega para conversar sobre o caso. Já Leandro prestava alguns serviços de motorista para Cintia.

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Investigação mostrou que o carro da vítima passou na frente da casa de Cintia três vezes e depois seguiu para o local onde ocorreu o assassinato. Durante as investigações, Leandro chegou a afirmar em depoimento que Cintia teria o convidado para matar Thais, mas recusou a oferta. A acusada nega que tenha feito a proposta.

Testemunhas ouvidas em juízo reforçaram que no dia do crime a vítima teria ido ao encontro de Cintia para esclarecer o eventual desvio de dinheiro.

Relembre o caso

Thais Rocha Secundino foi morta em São Paulo
Thais Rocha Secundino foi morta em São Paulo Imagem: Divulgação / Polícia Civil

Thais foi encontrada morta dentro de seu veículo no dia 3 de fevereiro de 2023, na zona leste de São Paulo. Ela foi assassinada com vários golpes de faca no tórax e nas costas. Ela também teve o pescoço cortado.

O veículo estava estacionado na calçada, e a empresária ficou trancada dentro dele, no banco do passageiro. Uma equipe do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) foi acionada para prestar socorro.

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Quando os socorristas chegaram à cena do crime, Thais ainda respirava. Mas ela perdeu muito sangue e não resistiu aos ferimentos. Cintia e Leandro foram presos dias após o assassinato.

Thais se definia como proprietária de uma adega e distribuidora de bebidas. O comércio ficava localizado na Avenida São João, no bairro da República, no centro de São Paulo. Ela também anunciava ser sócia de uma casa noturna no mesmo bairro. No perfil do Instagram, Thais compartilhava as viagens que fazia, as idas aos shoppings e fotografias de biquíni. Ela também postava as mudanças de visual que costumava fazer no cabelo.

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