Conteúdo publicado há 2 meses

Sobe para 9 o número de pessoas que perderam olho após mutirão no RN

Pelo menos nove pessoas perderam um olho durante um mutirão contra a catarata organizado pela Prefeitura de Parelhas, no Rio Grande do Norte, segundo boletim divulgado pelo município nesta quinta-feira (17). Eles foram contaminados por uma bactéria que vive no intestino humano.

O que aconteceu

No total, 15 pacientes tiveram complicações após as cirurgias realizadas em 27 de setembro. Desse número, nove perderam um globo ocular; quatro foram submetidos a uma cirurgia; e outros dois são acompanhados de casa em boa evolução do quadro, com mais de 80% da infecção solucionada, mas sem conseguir enxergar.

Oito homens e sete mulheres, com faixa etária entre 43 e 80 anos, sofreram complicações. Pelo menos oito dos que tiveram que retirar um olho são idosos, segundo o colunista do UOL Carlos Madeiro.

A Prefeitura de Parelhas disse que se reuniu com os 15 pacientes e as famílias deles nesta quinta para atualizá-los sobre a apuração do caso. "Os pacientes puderam relatar sobre suas condições de saúde e os representantes da prefeitura reforçaram que todo o acompanhamento e suporte às famílias permanece ativo".

O município ainda afirmou que "posicionou os pacientes sobre a aquisição de próteses oculares". A nota também diz que a prefeitura está à disposição dos advogados das vitimas para indenizá-las.

Vésperas de eleição

O mutirão foi realizado entre às vésperas da eleição, a qual o prefeito era candidato a reeleição — Tiago Almeida (PSDB) venceu. A chapa opositora, do MDB, entrou com ação alegando abuso de poder por conta da ação às vésperas da votação.

O caso chamou a atenção porque foi o primeiro mutirão desse tipo de cirurgia feito dentro da cidade, que não possui hospital. Nos casos anteriores, os pacientes eram levados para cidades maiores. As cirurgias ocorreram em uma maternidade local.

Para realizar as cirurgias, a prefeitura contratou a maternidade e a empresa, que iria receber R$ 59 mil pelas 48 cirurgias. O valor, porém, ainda não foi pago. A gestão municipal diz que o pagamento só será feito —ou não— após o fim das investigações que estão sendo feitas para entender o que houve.

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