Quem era o turista morto em naufrágio de catamarã em Maragogi (AL)?

O turista que faleceu após o naufrágio de um catamarã na manhã desta sexta-feira (13) na praia de Barra Grande, em Maragogi (AL), dedicou a vida ao setor de transportes, trabalhando por décadas como motorista de caminhão-cegonha.

Quem era o turista

Vítima foi identificada como Silvio Bispo Romão, 76. Ele fundou, em 1988, uma empresa de transportes em São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo. Figura conhecida na categoria, ele ocupava o cargo de diretor no Sinaceg (Sindicato Nacional dos Cegonheiros), que lamentou a morte em uma nota oficial: "Grande companheiro de profissão e estrada. Nossos mais sinceros sentimentos", declarou a entidade.

Romão foi um dos fundadores da Cooperceg (Cooperativa de Consumo dos Cegonheiros). A entidade foi criada em outubro de 1999 para facilitar a aquisição coletiva de produtos e serviços pelos profissionais do setor. A Cooperceg também emitiu uma nota lamentando a morte de Silvio. "Com profundo pesar, comunicamos o falecimento de um dos fundadores da Cooperceg, amigo e importante membro do setor cegonheiro", finalizou.
Natural de São Paulo, Romão estava hospedado em um resort de Porto de Galinhas (PE), há 85 km do acidente. O plano era passar o dia em Alagoas e retornar a Pernambuco no fim da tarde. Ele viajou acompanhado de oito parentes, segundo a Secretaria Municipal de Turismo de Maragogi.

"Um homem que sempre pensou no coletivo, no próximo", comenta Aluisio Machado, amigo do turista. "Recebemos a notícia da morte com muito espanto. Ele estava com a família, curtindo o momento juntos, a viagem. Muito triste", disse.

A esposa do aposentado foi resgatada pelo Corpo de Bombeiros com a ajuda de embarcações que estavam na região. O piloto de uma moto aquática tentou ajudar Silvio, mas ele afundou. Os bombeiros, que usaram até um helicóptero no socorro, o recolheram das águas, mas o idoso já estava morto quando chegou à unidade de saúde. O corpo foi levado para o Instituto Médico Legal (IML) e a previsão é de que seja transladado para o sepultamento em São Paulo.

Cerca de 25 sobreviventes deram entrada na UPA. A Prefeitura Municipal de Maragogi informou ao UOL às 18h47 que todos eles receberam alta hospitalar. Outros sobreviventes foram atendidos próximo ao local do acidente e liberados.

Catamarã operava sem autorização

O naufrágio aconteceu na região da Praia de Barra Grande, a cerca de 3 km da costa. Quando o catamarã Ocean II, que levava 47 passageiros e três tripulantes, começou a adernar, muitos pularam na água. O barco virou e todos acabaram arremessados para o mar.

A embarcação que naufragou não tinha autorização para navegar. A informação foi confirmada pela Secretaria Municipal de Turismo, que destacou a irregularidade em nota oficial. "A embarcação não está registrada no Cadastro Único Digital de Prestadores de Serviços de Turismo, requisito obrigatório para a operação de passeios náuticos em nossa região", declarou a secretaria.

Ocupantes estavam sem colete. O Corpo de Bombeiros informou que a embarcação contava com coletes salva-vidas disponíveis para os 50 passageiros a bordo, sendo três tripulantes, mas os equipamentos de segurança não foram utilizados.

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A Polícia Civil de Alagoas afirmou que um inquérito foi instaurado. Os proprietários, marinheiros e tripulantes do catamarã foram intimados a prestar depoimento na delegacia.

A prefeitura de Maragogi informou que está dando todo suporte possível aos familiares das vítimas. O município abriu uma sindicância para apurar as circunstâncias do naufrágio.

A Marinha do Brasil informou que abrirá um inquérito administrativo para investigar as causas do naufrágio. Conforme a Marinha, a embarcação Ocean II transportava 47 pessoas e três tripulantes. Os náufragos foram resgatados por lanchas que estavam próximas do local.

A empresa proprietária do catamarã informou que ainda atende as vítimas e que se manifestará oportunamente.

Com informações da Agência Estado

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