Ferroviários de São Paulo aprovam greve contra privatização da CPTM
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Ferroviários de São Paulo decidiram entrar em greve a partir da meia-noite do dia 26 (de terça para a quarta), em protesto contra a privatização das linhas 11-Coral, 12-Safira e 13-Jade da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), conforme aprovado em assembleia na noite de ontem.
O que aconteceu
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), realizará o leilão das três linhas na próxima semana. Estão previstos investimentos de R$ 14,3 bilhões ao longo de 25 anos de concessão.
Além da greve, os ferroviários planejam formam uma comissão de negociação. Também foi aprovado na reunião de ontem, um ato público no dia 25, às 9h, em frente à B3 (Bolsa de Valores) em São Paulo.
A previsão é interromper o atendimento nas linhas 7-Rubi, 10-Turquesa, 11-Coral, 12-Safira e 13-Jade. O movimento destaca que se caso "houver demissões por conta da greve, ela continuará e não será encerrada."
A direção do sindicato dos ferroviários declarou que a greve só terminará com o cancelamento do leilão. "Greve até o cancelamento do leilão: só paramos com garantia por escrito de Tarcísio Freitas de que o leilão foi cancelado", afirma.
Mais de 4,6 milhões de pessoas residem nas regiões atendidas pelas três linhas. As linhas a serem leiloadas conectam a região central da capital paulista à zona leste e cidades como Mogi das Cruzes, Suzano e Guarulhos.
Governo prevê investimentos de R$ 14 bilhões
O governo de São Paulo estima o investimento total de R$ 14,3 bilhões ao longo de 25 anos de concessão das três linhas de trens da CPTM.
Segundo a SPI (Secretaria de Parcerias em Investimentos), três grupos estudam o empreendimento, além de grandes operadoras do setor ferroviário.
O projeto do governo lista que serão construídas oito novas estações e outras 24 passarão por reformas. O edital também prevê a eliminação de todas as passagens em nível, com a implantação de passarelas ou viadutos para aumentar a segurança, além da redução no tempo de espera entre os trens.
A linha 11-Coral deve ganhar mais 4 km, com quatro novas estações. Ela se estenderá até a Barra Funda e terminará na estação César de Souza, em Mogi das Cruzes.
Já a linha 12-Safira será prolongada em 2,7 km de novos trilhos e duas novas estações devem ser construídas. Segundo o plano do governo paulista, haverá integrações com as linhas 13-Jade da CPTM e 2-Verde do metrô.
Para a linha 13-Jade o plano é uma extensão adicional de 15,6 km com seis novas estações. A linha chegará até Bonsucesso e Gabriela Mistral, atualmente terminando no aeroporto de Guarulhos.
As linhas 8-Diamante e 9-Esmeralda já são operadas pela ViaMobilidade, da iniciativa privada. Essas linhas foram alvo de investigação pelo Ministério Público de São Paulo por causa de seguidas falhas e acidentes.
18 comentários
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Carlos Ribeiro de Lima
O governo estadual e a reportagem não explicam que os investimentos previstos vêm quase que totalmente do financiamento público, restando a um possível operador privado apenas "receber" pelo serviço. A informação como apresentada faz as pessoas pensarem que o investimento será privado, só que não. Basta verificar os editais e modelo de remuneração das concessionárias. Sairá mais barato manter os investimentos e a gestão e operação com a CPTM mesmo. Pesquisem para não serem induzidos a erro!
Marcelo Martins
Não há motivos objetivos para que o Estado de SP mantenha esses serviços sob sua gestão. O Governador Tarcísio de Freitas busca privatizar várias empresas justamente para tornar o Estado mais enxuto e ágil, liberando recursos para mais investimentos em outras áreas. Nesse modelo de privatização, quem muitos estão criticando, o Estado fará sim o investimento, mas receberá contra partidas das receitas auferidas pela empresa que ganhar a licitação. Não se trata simplesmente do Estado investir e dar de mão beijada a concessão, como muitos estão dizendo, na tentativa de melar a privatização. E se preparem, porque muitas outras privatizações virão em São Paulo, até o fim do mandato do Tarcísio, sendo isso tudo uma prévia do que teremos na administração federal se ele vier a ser presidente, seja a partir de 2027 ou de 2031. Avante Tarcísio! É de gestores como você que o Estado de SP e o Brasil precisam!
Jose Antonio Tattini
Em São Paulo não há mais lugar para serviços públicos ineficientes e manutenção de funcionários sem capacidade mas ESTÁVEIS. O sindicato ou grevistas querem exatamente isso, manter essa condição de estáveis pouco se importando quem será o patrão. A próxima privatização será a do METRÔ