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PT interpela Bruno Covas por fala sobre Haddad em debate eleitoral

O prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), é interpelado judicialmente pelo PT após debate da Band - Newton Menezes/Futura Press/Estadão Conteúdo
O prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), é interpelado judicialmente pelo PT após debate da Band Imagem: Newton Menezes/Futura Press/Estadão Conteúdo

Do UOL, em São Paulo

06/10/2020 22h37

O PT (Partido dos Trabalhadores) entrou hoje com uma interpelação judicial contra o prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), por uma declaração do tucano sobre déficit de R$ 7 bilhões nas contas públicas deixada pela gestão de Fernando Haddad na prefeitura. A fala foi dita durante o debate eleitoral promovido pela Band na última quinta-feira (1º).

A sigla alega divulgação de informação falsa e acusa Covas de crime de difamação com fins eleitorais. A interpelação judicial é voltada para casos em que o requerente acusa a necessidade de esclarecer determinadas situações, frases ou expressões consideradas equivocadas.

"Bruno Covas, com vistas a se defender em um evento de propaganda eleitoral (debate entre candidatos), de uma gestão marcada por ineficiência administrativa, difundiu desinformação (fake news) e pode ter cometido o crime de difamação com fins eleitorais (CE, art. 325) contra o Partido dos Trabalhadores", declarou a defesa do partido na ação protocolada na 2ª Zona Eleitoral do estado.

Durante o debate, Covas declarou que Haddad deixou "grande rombo nas contas públicas municipais. O orçamento de 2017 tinha um rombo de R$ 7 bilhões".

Conforme apurado pelo UOL Confere, a gestão Haddad deixou a administração paulistana com R$ 5,34 bilhões em caixa — deste total, R$ 2,19 bilhões eram de despesas a serem quitadas em curto prazo. O governo tucano, na verdade, assumiu a prefeitura com R$ 3,15 bilhões de suficiência financeira.

Os valores também foram apontados pelos advogados da sigla em nota: "A prestação de contas de 2016, publicada em Diário Oficial e aprovada pelo Tribunal de Contas do Município, demonstra que a disponibilidade do caixa, na realidade, era positiva, com saldo total de aproximadamente 5,3 bilhões de reais".

A acusação de que o PT havia deixado rombo de R$ 7 bilhões na prefeitura paulistana já foi citada por João Doria em 2017, enquanto ainda era prefeito. No entanto, ele se referia à receita prevista pela gestão Haddad, e não ao caixa.