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Polícia investiga tiros contra casa de candidata a vice-prefeita de Belém

Patrícia Queiroz (PSC), candidata a vice-prefeita de Belém na chapa de José Priante (MDB), fala à imprensa após ter a casa atingida por tiros - Leandro Santana/Ascom Polícia Civil
Patrícia Queiroz (PSC), candidata a vice-prefeita de Belém na chapa de José Priante (MDB), fala à imprensa após ter a casa atingida por tiros Imagem: Leandro Santana/Ascom Polícia Civil

Luciana Cavalcante

Colaboração para o UOL, em Belém

23/10/2020 18h47

A candidata à vice-prefeita de Belém (PA), Patrícia Queiroz (PSC), pela coligação Juntos por Belém, de José Priante (MDB), teve a casa alvejada a tiros na madrugada de hoje. Os disparos atingiram o quarto do filho dela, de apenas cinco anos, e o veículo da família.

É o terceiro atentado a candidato registrado pela polícia do Pará em menos de 15 dias. Em um deles, o pleiteante à vaga foi morto a tiros; um outro, perseguido e baleado no peito, conseguiu sobreviver. A polícia vai criar força-tarefa para investigar crimes políticos no Pará.

O crime de hoje aconteceu volta de 1h da manhã. Segundo as autoridades, testemunhas disseram que os disparos vieram de dentro de um carro prata ocupado por quatro homens. Ao todo, foram quatro tiros, sendo que dois atingiram o quarto da criança e os outros pegaram o carro da família.

Patrícia Queiroz, que é pastora da Igreja Quadrangular na capital, estava acordada porque havia acabado de chegar de um compromisso religioso quando tudo aconteceu. Hoje à tarde, ela esteve na delegacia geral de Polícia Civil para prestar depoimento.

"Meu filho estava no quarto comigo. Quando passou (sic) da 0h, eu ouvi os disparos, mas na hora não identifiquei. Foi tudo muito rápido. Como estou tendo acompanhamento (policial), liguei logo para o coronel (da PM) para que tudo fosse resolvido", contou a candidata.

Patrícia afirmou que até então não havia sofrido nenhuma ameaça e que o momento é de democracia. "Nós vivemos, no Brasil, um momento lindo de democracia. A gente não precisa disso, dessa incitação de violência contra quem quer que seja, chega disso. Isso poderia ser muito grave porque atiraram para dentro do quarto do meu filho, e ele dorme sempre nesse quarto", afirmou.

O delegado geral da Polícia Civil informou que as investigações ainda estão sendo iniciadas, e que o caso foi designado à delegacia de homicídios. "Tudo é ainda muito prematuro. Nós estamos buscando filmagens, fazendo diligências naquele entorno. O refletor de uma arena que funciona nesse local foi apagado rotineiramente, como é feito. Foi em um momento de absoluto silêncio na rua", explicou Walter Resende.

Ainda segundo ele, a polícia está analisando várias vertentes e não descarta crime político. Por isso, vai criar uma comissão para investigar crimes dessa natureza.

"Com este evento, que é o terceiro no estado, estamos criando uma comissão que vai direcionar todas as ações com relação a esses delitos. É uma força-tarefa, para dar prioridade absoluta a qualquer evento que envolva um ente público, um candidato, e que possa influenciar nas eleições", anunciou o policial.

A candidata desabafou sobre o fato de o caso ter acontecido com uma mulher. "Que a democracia prevaleça sempre, e que as mulheres sejam respeitadas. Não mexeram só com uma candidata, foi com uma mãe. Feriram o coração de uma mãe. Que todas as pessoas sejam preenchidas pelo amor de Deus para que parem. Isso precisa parar."