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Bolsonaro, voto útil e favelas: o último dia de campanha de favoritos no RJ

Gabriel Sabóia, Herculano Barreto Filho e Igor Mello

Do UOL, no Rio

14/11/2020 19h24

Apoios do clã Bolsonaro, voto útil e eleitores nas favelas pautaram hoje o último dia de campanha dos quatro candidatos à Prefeitura do Rio melhor colocados nas pesquisas.

Líder isolado, Eduardo Paes (DEM) descartou apoio de lideranças nacionais e reforçou a aposta na sua própria trajetória política. Já o prefeito Marcelo Crivella (Republicanos) procurou colar sua imagem aos filhos de Jair Bolsonaro, que até agora não apareceram em sua campanha. Em empate técnico com Crivella, Martha Rocha (PDT) pediu o "voto útil" para tirá-lo da disputa. E Benedita Silva (PT) disse que irá ao 2º turno com o voto das favelas.

Paes: 'Não quero nacionalizar a campanha'

Eduardo Paes, que percorreu hoje pela manhã as ruas de Guaratiba, zona oeste do Rio, descartou apoio de Bolsonaro em um eventual 2º turno sem a participação de Crivella e disse não ter adversário de preferência, embora sua campanha tenha escolhido Martha Rocha como principal alvo.

"Não escolho adversário no 2º turno. Eu não quis e não quero nacionalizar a campanha. Não se trata de não querer o apoio de alguém. Acontece que eu sou candidato do Rio", afirmou.

Crivella sobre filhos de Bolsonaro: 'São meus companheiros'

Já Crivella citou o apoio do clã Bolsonaro e falou em defesa da família para reforçar a busca por votos de conservadores em carreata pela manhã em Bonsucesso, zona norte do Rio.

Ele afirmou que o senador Flávio Bolsonaro e o vereador Carlos Bolsonaro, filhos de Jair Bolsonaro e filiados ao Republicanos, irão entrar em sua campanha caso chegue ao 2º turno —até hoje nenhum dos dois pediu votos para Crivella.

"Eles vieram para o meu partido, são meus companheiros", disse o prefeito.

"Vou pedir apoio de todos que quiserem se aliar ao nosso programa de governo: defesa da família, defesa da vida e contra a corrupção", pregou Crivella, que é investigado pelo MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) por supostamente comandar um "QG da Propina" na Prefeitura do Rio.

Martha: 'Sou a que tem mais chance de tirar Crivella'

Antes de começar uma caminhada pela feira da Ribeira, na Ilha do Governador, zona norte carioca, Martha Rocha disse acreditar na ida ao 2º turno e criticou a postura de Paes, que fez uma campanha de ataques à pedetista.

"O pior que pode acontecer para o Paes será me encontrar no 2º turno", disse a ex-chefe de Polícia Civil.

Martha distribuiu santinhos e conversou com eleitores. Em seguida, seguiu em carreata pela zona norte, onde teve um encontro inesperado com Benedita, que cruzou com ela em uma carreata que seguia pela avenida Dom Hélder Câmara.

"Boa sorte, Martha! É isso aí, minha amiga!", disse Benedita ao microfone.

Após o episódio, Martha falou sobre a identificação entre as campanhas e não descartou a migração do chamado voto útil vindo de eleitores contrários a Crivella.

"Acredito no voto útil. Com todo o respeito a todos os candidatos, sou a que tem mais chance de tirar o Crivella do 2º turno".

Benedita: 'Favelas vão me colocar no 2º turno'

Em empate técnico com Martha, Benedita encerrou sua campanha com uma carreata que percorreu bairros das zonas norte e oeste do Rio. A petista falou em combater a fome e a desigualdade social e disse que irá para o 2º turno com o voto das favelas.

"Preciso combater o desemprego, trabalhar para que as mulheres e a juventude possam ter dias melhores, fazer o combate à fome", declarou.

A petista começou o último dia de campanha com uma caminhada pela feira da favela Nova Holanda, no Complexo da Maré. "Quem vai me colocar no 2º turno são as favelas e as pessoas que querem ver a cidade do Rio de Janeiro unida, que querem combater essa desigualdade".