Candidatos de SP fazem campanha na periferia, mas votam no centro expandido
Durante a campanha, os quatro principais candidatos a prefeito de São Paulo concentraram seus eventos nas periferias e prometeram uma administração voltada à população mais pobre, mas no dia da eleição todos votarão em seções eleitorais no centro expandido, a região mais nobre da cidade. Como de costume, todos os concorrentes vão as urnas pela manhã.
Guilherme Boulos (PSOL) deve chegar às 10 horas ao prédio da PUC-SP, universidade que recebe estudantes de famílias abastadas. O candidato, que fez campanha dizendo morar na periferia, informação ressaltada nos debates, vota em uma universidade particular que fica no bairro de classe média alta de Perdizes.
Boulos inclusive foi estudante da PUC-SP, fez especialização em Psicologia Clínica na instituição. O quadro de alunos da universidade é composto por pessoas com perfil do eleitorado do concorrente do PSOL. As pesquisas apontam que o candidato tem melhores resultados na população com maior instrução e renda familiar.
Líder nas pesquisas, o prefeito Bruno Covas vai fazer uma romaria antes de votar. Logo às 8h30 , vai aos Jardins tomar café da manhã na casa da ex-prefeita Marta Suplicy. Em seguida, encontra o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso em Higienópolis e volta aos Jardins para conversar com governador João Doria (PSDB). Todos os CEPs são de bairros nobres de São Paulo.
Somente depois desta peregrinação entre caciques políticos, Covas vai se dirigir para seu local de votação, o Colégio Vera Cruz. Ele é considerado um dos mais tradicionais da cidade. O prefeito chega ao local de votação às 11h30 na companhia do governador e será o último candidato a votar.
Outro que vai à urna em escola tradicional é Celso Russomanno (Republicanos). A seção em que ele vota fica no Colégio Santo Américo, instituição de ensino escolhida por banqueiros e operadores de instituições financeiras da avenida Brigadeiro Faria Lima para matricular seus filhos.
Russomanno anunciou que deve chegar ao local por volta das 11 horas. Na sequência, é esperado que ele converse com a imprensa. O candidato começou a campanha liderando as pesquisas entre eleitores que recebem até dois salários mínimos, mas perdeu terreno e no Datafolha divulgado na quarta-feira tinha 15% de intenção de voto.
Márcio França é outro nome que fez campanha prometendo olhar para a periferia. Apresentou propostas como empréstimo de R$ 3 mil a juro zero para microempresas, universidade virtual para dar cursos técnicos e de ensino superior a quem estuda em escolas públicas.
Mas ele também vota no centro expandido. A programação da campanha informou que França deve chegar às 10 horas da manhã em um colégio no Itaim Bibi.
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