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Em meio a recados políticos, candidatos de SP votam pregando otimismo

Bruno Covas candidato pelo partido PSDB vota na Escola Vera Cruz, Vila Madalena - ETTORE CHIEREGUINI/AGIF - AGÊNCIA DE FOTOGRAFIA/ESTADÃO
Bruno Covas candidato pelo partido PSDB vota na Escola Vera Cruz, Vila Madalena Imagem: ETTORE CHIEREGUINI/AGIF - AGÊNCIA DE FOTOGRAFIA/ESTADÃO

Amanda Rossi e Felipe Pereira

Do UOL, em São Paulo

15/11/2020 15h10

Os quatro candidatos que estão à frente nas pesquisas a prefeito de São Paulo votaram pela manhã, como de costume. Bruno Covas (PSDB), Guilherme Boulos (PSOL), Márcio França (PSB) e Celso Russomanno (Republicanos) seguiram a tradição também nas declarações, que foram otimistas e pregando vitória.

As pesquisas mostram uma disputa acirrada pelo segundo turno com uma vaga disputada por três nomes. O prefeito Bruno Covas tem o avanço encaminhado e lidera com folga no Datafolha, com 37% dos votos válidos, quando são excluídos os votos nulos e brancos. Os três candidatos seguintes estão muito próximos.

Guilherme Boulos tem 17% e é seguido de perto por Márcio França, que tem 14%, e Celso Russomanno com 13%. Todos afirmam que estarão no segundo turno e pregam ser o melhor nome para bater Covas.

Covas diz que não escolhe adversário

O prefeito Bruno Covas fez uma romaria neste domingo de votação. Tomou café com a ex-prefeita Marta Suplicy, visitou o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o governador João Doria (PSDB). Depois de votar em uma escola na zona Oeste da capital, ele declarou que não escolhe adversários no segundo turno.

"Time que quer ganhar Copa do Mundo não escolhe adversário. Nós estamos preparados para enfrentar qualquer um no segundo turno. Não há nenhuma necessidade de escolher, estamos muito confiantes no trabalho feito até agora", declarou.

A peregrinação do candidato do PSDB é uma forma de mostrar o grande arco de alianças que reuniu 11 partidos. Covas ouviu de FHC que é a renovação dos tucanos. Também chamou atenção a participação de João Doria. O eleitor da cidade de São Paulo tem grande rejeição ao governador, que foi escondido durante a campanha.

Boulos - Reprodução/GloboNews - Reprodução/GloboNews
Imagem: Reprodução/GloboNews

Boulos evita falar de alianças

Outro que aproveitou a votação para gestos políticos foi Boulos. O candidato votou na PUC-SP, zona Oeste da cidade, e sua chegada despertou o grito de "fora Bolsonaro" por parte da militância.

"Estou muito confiante de que a gente vai para o segundo turno. A gente tem feito uma campanha linda, marcada pela esperança", disse.

Boulos evitou comentar um eventual apoio do PT no segundo turno. Investidas de sua campanha ao longo da semana para que o candidato do PT, Jilmar Tatto, declinasse da disputa e indicasse voto nele causaram desconforto.

O candidato do PSOL também foi chamado de arrogante por Márcio França por sugerir que seja apoiado no segundo turno por PDT e PSB, partidos da chapa de França.

Tatto votou na zona Sul de São Paulo e não se manifestou sobre a declaração dada pelo ex-presidente Lula neste domingo indicando que foi consultado pelo PT sobre uma possível desistência. Tatto enfrentou oposição de setores do PT que defendiam uma frente de esquerda com Boulos.

França - RONALDO SILVA/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO - RONALDO SILVA/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
Imagem: RONALDO SILVA/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

França: Apuração vai deixar gente sem graça

Márcio França votou no Itaim Bibi confiante que vai repetir 2018, quando era colocado fora do segundo turno pelas pesquisas, mas avançou. Ele usou o Instagram para propagar o discurso otimista.

"Quando as urnas falarem, muita gente da 'grande' imprensa vai ficar sem graça. De novo", publicou.

O candidato disse que Tatto está crescendo e na medida que conquista votos desidrata Boulos. Ele também afirmou que o contexto da crise sanitária, problemas sociais e econômicos vai trazer um ano de 2021 difícil para cidade, que vai precisar de um piloto mais experiente.

"O problema da economia certamente vai afetar muito mais gente. E não tenho dúvida que um piloto mais experiente tem mais chance de poder atravessar a turbulência", declarou.

Russomanno - ADRIANA SPACA/FRAMEPHOTO/ESTADÃO CONTEÚDO - ADRIANA SPACA/FRAMEPHOTO/ESTADÃO CONTEÚDO
Imagem: ADRIANA SPACA/FRAMEPHOTO/ESTADÃO CONTEÚDO

Russomanno reclama de fake news

Celso Russomanno votou no Morumbi sob a sombra de repetir a derrocada de 2012 e 2016, ocasiões em que largou na frente nas pesquisas e terminou fora do segundo turno. Ele aparece numericamente atrás de Boulos e França. O candidato atribuiu aos ataques dos adversários a perda de intenção de votos.

"É patente o quanto eu fui vítima de fake news, uma quantidade imensa", disse o candidato.

Outro fator citado foi a campanha ter menos recursos financeiros, o que impediu de impulsionar suas propagandas digitais. Russomanno ainda citou dificuldades, como a morte do coordenador de campanha, Marcos de Alcântara, e dedicou a ele a candidatura.

"Fizemos uma campanha com poucos recursos e fizemos uma campanha depois da morte do meu coordenador de campanha. Então é uma campanha foi cheia percalços. E mesmo assim a gente teve um resultado maravilhoso e está no segundo turno."