Da desistência de Freixo ao voto útil, esquerda fica fora do 2º turno no RJ
Da proposta de uma frente ampla ao redor do nome do deputado federal Marcelo Freixo (PSOL-RJ) à fragmentação em cinco candidaturas, a esquerda repetiu erros de outras eleições e terminou fora do segundo turno na disputa pela prefeitura do Rio, apesar de o campo somar mais votos do que o prefeito Marcelo Crivella (Republicanos), segundo colocado na disputa.
O esperado voto útil no candidato com mais chances, que favoreceu a ida de Freixo ao 2º turno em 2016, não ocorreu neste pleito. Durante todo o primeiro semestre, lideranças partidárias negociaram uma aliança. Freixo chegou a se reunir com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e avançar em conversas para ter a deputada federal Benedita da Silva como vice.
A ideia era montar uma frente ampla de esquerda, que contaria também com PSB, PCdoB e Rede Sustentabilidade, além do PDT. No entanto, não houve acordo com o partido do ex-governador Leonel Brizola, que insistiu em ter a deputada estadual Delegada Martha Rocha como cabeça de chapa.
Em maio, Freixo anunciou sua desistência da disputa, diante da falta de uma unidade na esquerda.
A partir daí, as forças progressistas se reorganizaram em três candidaturas com potencial: Martha Rocha teve o apoio do PSB; Benedita se lançou candidata em aliança com o PCdoB, enquanto o PSOL escolheu a deputada estadual Renata Souza para liderar uma chapa puro sangue. Além deles, PSTU e PCO também têm candidatos.
A campanha do PDT protagonizou mais uma confusão: às vésperas das convenções, decidiu lançar Martha sem acordo com aliados e perdeu o apoio da Rede Sustentabilidade —que lançou Eduardo Bandeira de Mello, ex-presidente do Flamengo, na disputa.
Durante a campanha, Martha Rocha despontou inicialmente como a candidatura mais viável da esquerda e chegou a empatar numericamente com Crivella no segundo lugar.
Campanha de desconstrução liderada pelo ex-prefeito Eduardo Paes (DEM) atingiu em cheio a candidatura da ex-chefe de Polícia Civil, que viu seu crescimento ser interrompido e a rejeição crescer.
Em paralelo, Benedita da Silva capitalizou o apoio de Lula —que gravou vídeos para sua campanha— e manteve-se na briga, crescendo na última semana de campanha e ficando numericamente à frente de Martha na última pesquisa do Ibope, no sábado (14).
Enquanto isso, Renata Souza foi a mais prejudicada pela falta de debates e o pouco tempo de TV, não conseguindo se tornar conhecida do eleitor. Durante toda a campanha, patinou abaixo do patamar de 5% das intenções de voto —desde 2012, o PSOL teve ao menos 10% dos votos na cidade do Rio em todas as eleições majoritárias para prefeito e governador.
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