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Após propor concurso para reduzir déficit da Previdência, Boulos se explica

Leonardo Martins

Colaboração para o UOL, em São Paulo

19/11/2020 10h47

Após repercussões negativas nas redes sociais, o candidato do PSOL à Prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos, publicou um vídeo em seus perfis dizendo que sua declaração sobre o déficit da Previdência municipal foi "tirado de contexto" e negou que seja a favor de mais contratações para resolver o problema.

O tema surgiu durante uma sabatina ao jornal O Estado de S. Paulo, em que o psolista conmentava a dívida crescente da Previdência paulistana.

Esse é considerado um dos principais desafios para o próximo prefeito da capital já que, impactado pela pandemia, o município gastará bilhões de reais com aposentadorias atrasadas e terá de remanejar o dinheiro de outras áreas.

Segundo dados apresentados pela prefeitura no fim do ano passado, a capital paulista tem 112 mil aposentados e pensionistas, além de 126 mil trabalhadores na ativa. Em 2018, o município teve, com a Previdência, despesa de R$ 9 bilhões e receita de R$ 1,4 bilhão. Assim, o déficit alcançou R$ 7,6 bilhões.

"Sabe por que a Previdência do serviço público se torna deficitária? Porque não se faz concursos. Para a Previdência se equilibrar, você tem que ter gente contribuindo, não só gente recebendo", afirmou na primeira parte da resposta.

"Então, você tem mais gente se aposentando, virando inativo para receber da Previdência, e como não se faz concursos você tem menos gente contribuindo para a Previdência pública. Fazer concurso é uma forma de arrecadar mais para a Previdência pública e você equilibrar a contas com os inativos. Então, é isso que eu vou fazer", completou.

A resposta causou críticas nas redes sociais, o candidato se posicionou no Twitter e afirmou que a frase foi tirada de contexto. E criticou: "É fundamental que o debate nesse segundo turno seja feito sem sensacionalismo nem distorções, pautado em um projeto de cidade".

Boulos justificou que se referia a mudanças no SampaPrev.

Neste trecho, eu argumento que, usar o déficit da Previdência municipal como justificativa para não fazer concursos não faz sentido do ponto de vista contábil, já que os servidores contratados passariam a contribuir também para o fundo de previdência, realidade que, em São Paulo, foi modificada pelo SampaPrev de Doria e Bruno Covas. Eu não defendo que a forma de equilibrar a previdência seja através de novas contratações.
Guilherme Boulos