Em defesa de Ricardo Nunes, Covas diz que ele brigou com bancos por recurso
Candidato à reeleição à Prefeitura de São Paulo, Bruno Covas (PSDB) defendeu o seu vice na chapa, o vereador Ricardo Nunes (MDB), ao rebater suspeitas envolvendo o parlamentar, e que foram citadas pelo rival, Guilherme Boulos (PSOL), durante o Debate da Band, retransmitido pelo UOL.
"Ele [Ricardo Nunes], não apenas, não tem nenhum processo no judiciário, [como] não há um indício de que ele seja qualquer caso de corrupção. Ele, sim, foi lutar para conseguir recursos para a cidade. Ele conseguiu retomar R$ 1,2 bilhão que os bancos deviam para a cidade de São Paulo. Fazer discurso é muito fácil; o difícil é enfrentar bancos como o vereador Ricardo Nunes, ao lado de outros vereadores, fez", disse ele.
Segundo o jornal Folha de S.Paulo, uma entidade ligada a Nunes pagou com dinheiro público empresas investigadas na máfia das creches e uma dedetizadora que pertence à família do parlamentar. Ao UOL, a assessoria de Nunes disse que "a relação do vereador com a entidade se deve pelo trabalho social que tem com dezenas de entidades".
Nunes foi escolhido como vice de Covas quase na última hora, quando MDB e PSDB estavam prestes a fazer suas respectivas convenções, em setembro. Alguns tucanos defendiam que o PSDB tivesse uma chapa pura, com um integrante do partido compondo com Covas. Mas a pressão de partidos aliados, como DEM e o próprio MDB, contra essa ideia levou à escolha de Nunes.
Pesou a favor de Nunes um perfil mais conservador para equilibrar acenos progressistas feitos por Covas. O vice integra a bancada religiosa da Câmara dos Vereadores. Ele é próximo a Igreja Católica. Os números das pesquisas sugerem que a integração dele à campanha renderam votos.
A TV Bandeirantes realizou o debate —o primeiro do segundo turno na TV aberta— sem a presença de público na plateia devido à pandemia do coronavírus.
Segundo a emissora, outras medidas de segurança também foram adotadas, como, por exemplo, o uso obrigatório de máscara de proteção facial em todas as dependências, álcool em gel nos púlpitos, a distância de mais de um metro entre os participantes do debate e a checagem da temperatura de todos. Além disso, a emissora informou que o estúdio foi sanitizado pouco antes do debate.
Segundo turno
As candidaturas de Covas e Boulos (PSOL) avançaram ao segundo turno após ocuparem as duas primeiras posições na disputa pela Prefeitura paulistana, nas eleições do último domingo.
Covas contabilizou 32,85% dos votos (1.754.013 votos). Boulos, por sua vez, somou 20,24% dos votos (1.080.736), segundo apuração UOL.
Atrás deles, vêm Márcio França, do PSB (13,64%); Celso Russomanno, Republicanos (10,50%); Arthur do Val, do Patriota (9,78%); Jilmar Tatto, do PT (8,65%); Joice Hasselmann, do PSL (1,84%); Andrea Matarazzo, do PSD (1,55%); Marina Helou, da Rede (0,41%); Orlando Silva, do PCdoB (0,23%); Levy Fidelix, do PRTB (0,22%); e Vera, do PSTU (0,06%).
O percentual de votos nulos foi de 10,11%, enquanto 5,87% dos eleitores votaram em branco.
Pesquisa Ibope
Atual prefeito de São Paulo, Bruno Covas lidera com 47% de intenções de voto no segundo turno das eleições municipais, segundo aponta primeia pesquisa Ibope, divulgada ontem. Ele está à frente de Guilherme Boulos (PSOL), que tem 35%.
Considerando a margem de erro, que é de três pontos percentuais para mais ou para menos, Covas tem entre 44% e 50%, enquanto Boulos varia entre 32% a 38%.
Considerando apenas os votos válidos, isto é, excluídos brancos, nulos e abstenções, a vantagem de Covas é um pouco maior, de 16 pontos percentuais. Neste cenário, o atual prefeito tem 58% das intenções de voto, e Boulos, 42%.
Para ser eleito em segundo turno, um candidato precisa atingir 50% mais um do total de votos válidos —a maioria simples.
*Colaboraram Beatriz Montesanti, Carolina Marins, Cleber Souza, Felipe Oliveira, Gilvan Marques, Guilherme Botacini, João Victor Miranda, Leonardo Martins, Lucas Borges Teixeira e Roberto Júnior
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