Boulos diz que morte de negro no RS foi "racismo puro" e critica Mourão
O candidato do PSOL a prefeito de São Paulo, Guilherme Boulos, criticou o comentário do vice-presidente, Hamilton Mourão (PRTB), de que não haveria racismo no Brasil. A frase de Mourão foi a respeito da morte de João Alberto Silveira Freitas em um supermercado de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, na última quinta-feira (19), véspera do Dia da Consciência Negra.
"Alguém consegue imaginar aquela cena acontecendo com uma pessoa branca engravatada naquele mercado?", questionou Boulos, que hoje cumpriu agenda em Heliópolis, na zona sul paulistana. "Isso é racismo, racismo puro."
Assim como disse ontem, Boulos indicou que irá implementar políticas antirracistas na capital paulista caso seja eleito.
Em discursos em carro de som para apoiadores, porém, Boulos e membros da campanha ressaltavam que a gestão de seu adversário, Bruno Covas (PSDB), diminuiu a duração do Bilhete Único de quatro para duas horas. Também reforçou que irá governar pensando na periferia. "É isso que está em jogo."
Um dos focos da campanha de Boulos é reforçar ações na periferia para evitar que votos dos derrotados no primeiro turno migrem para Covas, mais conhecido do que o candidato do PSOL.
O candidato contou com o apoio no local de deputados federais do PT, como Alexandre Padilha e Carlos Zarattini.
Hoje, Boulos fez sua agenda mais extensa na periferia desde o início do segundo turno. Com quase duas horas de atraso, ele fez uma caminhada de cerca de uma hora pelas ruas de Heliópolis.
No início, ele recepcionou a sua candidata a vice, Luiza Erundina (PSOL), que fez um rápido discurso e partiu com seu Erundinamóvel para uma agenda à parte. A chapa esteve dividida nos compromissos de campanha nos últimos dias.
Aglomeração de novo
Problema recorrente nas agendas de rua de Boulos, a aglomeração foi destaque mais uma vez apesar de especialistas em saúde reforçarem os perigos da falta de distanciamento social durante a pandemia.
A campanha mostrou aos apoiadores a presença de equipes de saúde que aplicavam álcool em gel e distribuíam máscaras "para os desavisados". Também foi pedido que eles mantivessem distância ao longo da caminhada, o que não foi visto.
Há uma preocupação de participantes da agenda com a repercussão negativa das aglomerações nas agendas. "Como a direita está organizada para tentar nos destruir", disse no carro de som uma das orientadoras da campanha.
Nesta tarde, Boulos fará outra caminhada, mas em Paraisópolis.
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