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'Sempre defendi o combate à corrupção', diz Boulos

Boulos explicou que o combate à corrupção tem que ser para todos - Nathan Lopes
Boulos explicou que o combate à corrupção tem que ser para todos Imagem: Nathan Lopes

Nathan Lopes

Do UOL, em São Paulo

22/11/2020 15h40

Crítico da Operação Lava Jato, o candidato do PSOL a prefeito de São Paulo, Guilherme Boulos, tem como meta, se eleito, combater "máfias" na capital paulista. Questionado, Boulos diz que não há contradição entre os posicionamentos.

"Sempre defendi o combate à corrupção doa a quem doer. O que eu não posso defender é um combate à corrupção partidarizado, seletivo, politizado. Isso aconteceu no Brasil", comentou. A Lava Jato investiga esquemas de corrupção na Petrobras em governos do PT.

Partidos aliados aos petistas também foram beneficiados, segundo as investigações.

"Na prefeitura, nós vamos enfrentar os esquemas na cidade de São Paulo doa a quem doer", disse Boulos, com especial referência aos setores de transporte e coleta de lixo.

Neste domingo (22), a campanha de Boulos promoveu uma carreata pela zona leste paulistana, percorrendo ruas entre o Itaim Paulista e Ermelino Matarazzo. O candidato teve a companhia de sua candidata a vice, a deputada federal Luiza Erundina (PSOL), que seguiu os carros no seu "Erundinamóvel", também chamado de cata-voto.

Flerte com bolsonarismo

Boulos também comentou a fala do pastor Valdomiro Santiago, que lembrou entrevistas antigas do candidato do PSOL a respeito de legalização da maconha para uso recreativo e fins medicinais. Líder da Igreja Mundial do Poder de Deus, Santiago promoveu hoje culto junto com o adversário de Boulos no segundo turno, o prefeito Bruno Covas (PSDB). O religioso declarou apoio ao tucano.

Para o candidato do PSOL, Covas mais uma vez "terceirizou" as vozes que proferem críticas para "apelar para um discurso de medo". Ele também se refere a falas de apoiadores do tucano sobre cortes em creches conveniadas, os quais Boulos diz que não fará. "Inventando a mentira, jogando com o ódio mais uma vez. Eu só lamento que o Bruno Covas desça tanto, desça ao vale-tudo para ganhar uma eleição."

Boulos diz que, por vezes, Covas "flerta com o bolsonarismo". "Começa a me atacar com o mesmo discurso da extrema-direita", disse. "Essa campanha de ódio, de tentativa de desmoralizar e de estigmatizar não vai pegar mais. O eleitor está calejado."

"Guerra de bandeiras"

Na concentração para a carreata, em uma praça próxima à avenida Marechal Tito, funcionários da campanha de Covas balançavam bandeiras do adversário de Boulos neste segundo turno.

A organização do evento, então, pediu para que apoiadores fossem ao local exibir bandeiras de Boulos.

Celebrado com foguetório e buzinaço, Boulos aposta que a zona leste será responsável pela "virada".

Atualmente, Covas aparece na liderança nas pesquisas de intenção de voto. O candidato também tem intensificado nos últimos agendas na periferia - ontem foi na zona sul -, foco da campanha para crescer entre os eleitores paulistanos, já que aparece consolidado no eleitorado mais rico e escolarizado.