Maia diz que tratar de voto impresso é colocar em xeque sistema seguro
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse hoje (29) que tratar de voto impresso "coloca em xeque" o atual sistema eleitoral, que ele considera "muito seguro". Pela manhã, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que historicamente defende o voto em cédula de papel, disse que o voto impresso é uma "necessidade".
"Essa mistura acaba gerando uma insegurança num sistema que é muito seguro. Eu, por exemplo, fui sempre defensor de uma amostragem do voto impresso. Mas tratar desse assunto agora significa colocar em xeque um sistema que tem dado certo e que é muito seguro", disse Maia.
"Eu, por enquanto, acho que este assunto não deveria estar na pauta. Apesar de ter sempre defendido alguma amostragem do voto impresso no Brasil", prosseguiu Maia.
Pela manhã, Bolsonaro votou no Rio de Janeiro, e sem apresentar indícios de fraudes eleitorais questionou a segurança do voto eletrônico.
"O voto impresso é uma necessidade, as reclamações são demais. Eu estou vendo trabalho de hacker aqui e em qualquer lugar. A apuração tem que ser pública. Quem não quer entender isso, eu não sei o que pensa da democracia", afirmou o Bolsonaro.
O voto em urna eletrônica é utilizado no Brasil desde 1996 e a Justiça Eleitoral nunca apresentou indícios de fraude na votação.
No primeiro turno, o sistema de divulgação dos resultados apresentou lentidão. Segundo o TSE, não houve prejuízo para a votação e apuração.
O presidente da Câmara votou pela manhã no Rio de Janeiro, ele apoia o candidato do seu partido, Eduardo Paes, a frente nas pesquisas.
Contas públicas
Em entrevista a jornalistas, Maia disse que antes de se falar em eleição para Câmara e Senado, que acontecerá em fevereiro, é necessário votar reformas econômicas para o país.
"Esperamos que a partir de hoje à noite, depois das urnas fechadas o governo apresente quais são suas propostas para organizar as contas públicas brasileiras. Estamos esperando isso desde antes do primeiro turno, infelizmente a decisão do governo foi deixar isso para pós segundo turno. Nós temos um tempo curto e problemas graves a serem enfrentados e resolvidos. Não apenas pelo crescimento do endividamento, do déficit público, mas pela necessidade de aprovação de um Orçamento dentro do teto de gastos", disse Maia.
O presidente da Câmara disse que a Constituição não permite reeleição e que não é candidato. O STF (Supremo Tribunal Federal) julgará até o fim do ano a possibilidade de reeleição para o presidente das duas Casas legislativas.
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