Voto impresso é necessidade, diz Bolsonaro ao criticar voto eletrônico
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) votou hoje de manhã na escola municipal Rosa Da Fonseca, na Vila Militar, na zona oeste do Rio de Janeiro. Sem apresentar provas de possíveis fraudes, ele voltou a questionar a segurança do voto eletrônico e declarou ter votado em Marcelo Crivella (Republicanos).
"Eu espero do sistema eleitoral brasileiro que em 2022 tenhamos um sistema seguro, que possa dar garantias ao eleitor que, em quem ele votou, o voto foi efetivamente para aquela pessoa. O voto impresso é uma necessidade, as reclamações são demais. Eu estou vendo trabalho de hacker aqui e em qualquer lugar. A apuração tem que ser pública. Quem não quer entender isso, eu não sei o que pensa da democracia", afirmou o presidente.
A fala do presidente acontece no dia seguinte à prisão, em Portugal, de um suspeito de ter participado de um ataque hacker ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral). A invasão no sistema no primeiro turno divulgou informações de funcionários, mas não colocou em risco o sistema de votação, de acordo com o tribunal. As urnas não ficam conectadas à internet, e a transmissão dos votos para totalização do resultado é feita por uma rede própria do tribunal que usa comunicação criptografada.
Neste domingo, Bolsonaro disse ainda que tem conversado com as lideranças do Congresso para avaliar a volta do voto impresso.
"Podemos continuar votando e não tendo a certeza se aquele voto foi ou não para aquela pessoa. E deixar bem claro, o voto impresso, ninguém bota a mão no papel, fica atrás do visor. Ele concorda depois de seu voto ser imprimido (SIC) e cai dentro da urna. Qualquer delegado de partido pode pedir recontagem naquela área e você vai ter a comprovação do voto eletrônico no papel, é pedir muito? No meu entender, quem não quer entender isso, não sei o que pensa da democracia", afirmou o presidente.
Logo na sequência, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), reagiu, dizendo que falar em voto impresso "coloca em xeque" o atual sistema eleitoral, que ele considera "muito seguro".
'O povo decidiu'
Acompanhado por seguranças, o presidente chegou por volta das 10h40 a escola e falou rapidamente com cerca de 30 apoiadores que o aguardavam no local. Usando máscara, Bolsonaro pegou uma criança no colo antes de entrar na escola para votar.
Na saída, já sem máscara, ele falou com a imprensa. "Eu votei no Crivella, todo mundo sabe disso. Fiz carreata, comício para alguém? Discretamente meu nome para alguns candidatos e o povo decidiu", declarou. O presidente deve retornar a Brasília no início da tarde.
Crivella, atual prefeito, disputa a reeleição no Rio com o ex-prefeito Eduardo Paes (DEM). O envolvimento de Bolsonaro era visto pela campanha do prefeito como fundamental para reverter a desvantagem em relação a Paes, que lidera com folga as pesquisas de intenção de voto.
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