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Barroso diz que voto impresso é desnecessário e pode causar tumulto

Colaboração para o UOL, em São Paulo

30/11/2020 12h20

Na contramão do que prega o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), o presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Luis Roberto Barroso, rechaçou a ideia de abandonar as urnas eletrônicas e adotar o voto impresso. Em entrevista ao UOL, Barroso afirmou que isso seria "desnecessário" e traria tumultos.

A urna está aí desde 1996 e nunca se apurou, nunca se demonstrou, nunca se comprovou, como algum tipo de evidência, qualquer tipo de fraude ou deturpação do resultado. Portanto, eu considero desnecessário o voto impresso e acho que ele pode ser fonte de muito tumulto nas eleições

Luis Roberto Barroso, presidente do TSE

Barroso também acumula o cargo de ministro do Supremo Tribunal Federal. Ele afirma que, com o voto impresso, candidatos perdedores judicializariam o processo em todo pleito.

"Porque geralmente o candidato que perde não reconhece que o outro é melhor, ele se considera injustiçado. Com voto impresso, o perdedor vai pedir recontagem dos votos, vai pedir anulação, vai judicializar, e a vida brasileira vai virar um tumulto em que os perdedores se recusam a admitir os resultados das eleições", disse.

"O risco de você generalizar isso no Brasil e ter eleições sendo decididas no poder judiciário, com pressões políticas, é simplesmente mexer num time que está ganhando", concluiu Barroso.