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Aras: Bolsonaro permanecer no Planalto caso perca é 'afronta à democracia'

Do UOL, em São Paulo

15/08/2022 13h42Atualizada em 16/08/2022 07h13

O procurador-geral da República, Augusto Aras, afirmou que se o presidente Jair Bolsonaro (PL) perder as eleições em outubro e se recusar a deixar o Palácio do Planalto ou da Alvorada, seria uma "afronta à democracia".

A fala de Aras foi divulgada hoje pelo MPF (Ministério Público Federal), mas aconteceu durante uma videoconferência com correspondentes de veículos internacionais no último dia 9. Ele respondia a uma pergunta sobre o que a PGR (Procuradoria-Geral da República) faria caso Bolsonaro contestasse o resultado das eleições.

"Vamos imaginar que essa hipótese suscitada só ocorra se o presidente não lograr êxito na sua reeleição. Se isso acontecer, a partir do dia 1º de janeiro haverá um novo presidente que deverá tomar posse", disse Aras.

"Nem quero crer que, após 1º de janeiro, se o presidente não lograr êxito na reeleição, ele permaneça no Palácio do Planalto, da Alvorada, porque isso seria uma afronta à democracia", completou.

Aras, porém, disse que não se preocupa e que a normalidade democrática será respeitada "em qualquer situação".

O PGR minimizou supostas ameaças de ruptura democrática por parte do presidente Jair Bolsonaro, separando o que chamou de retórica política do recurso jurídico. Para ele, a procuradoria não precisa se preparar para agir, porque as regras serão respeitadas.

Quem ganhou a eleição vai tomar posse. É o que nós esperamos.
Augusto Aras, procurador-geral da República

O presidente Jair Bolsonaro já disse diversas vezes que só Deus pode tirá-lo da Presidência, além de constantemente colocar em dúvida a segurança das urnas eletrônicas, que são confiáveis.