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Lula e Bolsonaro se sentam frente a frente em posse de Moraes no TSE

Do UOL, em Brasília

16/08/2022 19h57Atualizada em 16/08/2022 22h55

Sentado em posição de honra destinado a ex-presidentes no plenário do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), o ex-presidente Lula (PT) teve seu primeiro encontro público com o presidente Jair Bolsonaro na posse de Alexandre de Moraes, na noite desta terça (16). Durante a entrada do presidente, o petista não se levantou e foi visto abrindo uma garrafa de água enquanto os demais presentes aplaudiam.

Dilma e Lula chegaram juntos e foram cumprimentados por alguns dos presentes, principalmente ministros do STF, como Cármen Lúcia e Rosa Weber, ambas indicadas à Corte durante o governo petista.

Os dois se sentaram ao lado do ex-presidente José Sarney, em uma fileira única de quatro cadeiras bem em frente aos ministros do TSE. Michel Temer (MDB) se sentou na ponta direita do grupo, afastado de Dilma, que o chamou de "traidor".

Titulares do governo Bolsonaro, como o ministros Paulo Guedes (Economia) e Ciro Nogueira (Casa Civil) se sentaram atrás dos ex-presidentes.

Ao ser anunciado para tomar seu assento ao lado de Edson Fachin, presidente do TSE e alvo de constantes ataques do Planalto, Bolsonaro foi ovacionado pelo público, principalmente por seus ministros, que se levantaram. Lula — e nenhum dos demais ex-presidentes —, se levantaram.

Ex-presidentes Temer, Lula, Sarney e Dilma na posse de Moraes no TSE - Antonio Augusto/Secom/TSE - Antonio Augusto/Secom/TSE
Ex-presidentes Temer, Lula, Sarney e Dilma na posse de Moraes no TSE
Imagem: Antonio Augusto/Secom/TSE

Dilma e Temer, separados

Adversários desde o impeachment, Dilma e Temer se sentaram separados na posse de Moraes, apesar de estarem na mesma fileira. A petista se sentou na ponta esquerda, ao lado de Sarney, enquanto Temer ficou no lado oposto, ao lado de Lula.

Embora Dilma não tenha conversado com seu ex-vice, a quem recentemente chamou de "traidor", Lula passou alguns minutos conversando com o emedebista.

Enquanto esperava o início da cerimônia, Dilma engatou em uma rápida conversa com Roberto Barroso, Cármen Lúcia e Rosa Weber, indicados do governo petista ao Supremo. Rosa e Barroso, inclusive, foram escolhas da própria ex-presidente.

Lula também conversou rapidamente com Cármen e cumprimentou Gilmar Mendes, decano do Supremo.

Como mostrou o UOL, a presença de ex-presidentes levou o TSE a reforçar a segurança do tribunal. Além deles, os presidenciáveis Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB) também compareceram.

Ao entrar no TSE, a candidata do MDB, Tebet, disse que vê o evento como uma defesa da democracia.

"Os presidenciáveis vêm, numa demonstração de defesa da democracia, dizer que acreditam na lisura do processo eleitoral, estão prontos para defender a democracia e as eleições e estão prontos, inclusive, para defender o resultado das urnas"
Simone Tebet (MDB), senadora e candidata à Presidência

Ciro Gomes, candidato so PDT, afirmou que a presença na posse de Moraes é uma expressão de respeito. Ciro diz que a democracia "ainda que da boca para fora, tem sido sistematicamente ameaçada no Brasil".

É um ato de gentileza, de respeito e de cumprimento de determinados rituais, sem os quais a democracia não existe", disse o ex-ministro"
Ciro Gomes, ex-governador e candidato a presidente , sobre a ida à posse