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Maioria diz que 7 de Setembro tumultua as eleições, aponta Quaest

Bolsonaro durante manifestação no 7 de setembro do ano passado - EPA
Bolsonaro durante manifestação no 7 de setembro do ano passado Imagem: EPA

Do UOL, em São Paulo

07/09/2022 07h00Atualizada em 07/09/2022 07h31

Quaest - Pesquisa confiável -  -

Pesquisa da Quaest Consultoria realizada presencialmente, contratada pela Genial Investimentos e divulgada hoje, revela que a maioria dos entrevistados acredita que as manifestações convocadas pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) para o 7 de Setembro "tumultuam" o processo eleitoral.

56% concordaram com essa afirmação, enquanto 33% disseram que Bolsonaro planejar atos no feriado da independência é "um direito" dele. Esses números mudam de acordo com a intenção de voto dos entrevistados. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

Dentre os eleitores de Bolsonaro, 64% acreditam que esse é um direito dele. 26% desse grupo falaram que isso tumultua as eleições.

77% dos eleitores do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) são contra as manifestações de Bolsonaro pela segurança das eleições, com 13% encarando os eventos como direito do atual chefe do Executivo.

73% dos que vão votar em outros candidatos veem de forma negativa os atos de 7 de Setembro. 20% desses eleitores acreditam que esse é um direito de Bolsonaro.

Bolsonaro tem apostado no 7 de Setembro para fortalecer a sua campanha de reeleição e o tom golpista adotado na data no ano passado aumenta a tensão. O STF (Supremo Tribunal Federal), uma instituição a qual ele já atacou verbalmente, terá uma barreira reforçada e um sistema antidrones no feriado.

Bolsonaro chegando para a cerimônia de hasteamento da bandeira em Brasília, para o 7 de Setembro de 2021, em um Rolls Royce dirigido pelo ex-piloto de Fórmula 1 Nelson Piquet - FÁTIMA MEIRA/ESTADÃO CONTEÚDO - FÁTIMA MEIRA/ESTADÃO CONTEÚDO
Bolsonaro chegando para a cerimônia de hasteamento da bandeira em Brasília, para o 7 de Setembro de 2021, em um Rolls Royce dirigido pelo ex-piloto de Fórmula 1 Nelson Piquet
Imagem: FÁTIMA MEIRA/ESTADÃO CONTEÚDO

A pesquisa também questionou os entrevistados sobre a credibilidade do processo eleitoral brasileiro, que vem sendo atacado por Bolsonaro e apoiadores.

De forma geral, 46% dos entrevistados disseram confiar muito nas urnas; 31% confiam mais ou menos e 20% não confiam.

A opinião sobre a segurança das urnas ficou estável tanto entre eleitores de Lula quanto para os de Bolsonaro, em comparação ao levantamento anterior.

No começo de agosto, 60% dos que falaram que iriam votar no petista confiavam muito nas urnas. Agora, são 56%. Na divisão de eleitores por candidato, a margem de erro é de quatro pontos percentuais para mais ou para menos, ou seja, houve uma variação dentro desse intervalo.

Setembro - eleitores de Lula

  • Confia muito: 56%
  • Confia mais ou menos: 26%
  • Não confia: 15%

Dos entrevistados que planejam votar em Bolsonaro, 29% falaram confiar muito nas urnas. Em agosto, eram 26% que afirmavam isso.

Setembro - eleitores de Bolsonaro

  • Confia muito: 29%
  • Confia mais ou menos: 40%
  • Não confia: 30%

Entre os eleitores de outros candidatos, esse número era 55% no início do mês passado, subiu para 64% ao longo das semanas e caiu a 56% agora.

Setembro - eleitores de outros candidatos

  • Confia muito: 56%
  • Confia mais ou menos: 29%
  • Não confia: 13%

71% dos eleitores de Bolsonaro concordam que ele deve "aceitar a derrota" caso não seja reeleito —esse número antes era 68%. Sem recorte de candidato, são 84% dos entrevistados que acreditam nisso.

A pesquisa entrevistou 2.000 pessoas face a face, entre os dias 1º a 4 de setembro. O índice de confiança, segundo o instituto, é de 95%. A pesquisa foi registrada no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) sob o número BR-00807/2022 e custou R$ 125.896,48.

Sobre o Instituto

O Quaest é um instituto de pesquisas com sede em Belo Horizonte. Até 2020, segundo dados do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), a empresa realizava pesquisas eleitorais só em Minas Gerais. Hoje, faz levantamentos sobre intenções de voto para presidente, governador e para o Senado em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Bahia. O instituto tem uma parceria com a Genial Investimentos, a qual financia levantamentos para as eleições de 2022. As pesquisas são realizadas com entrevistas presenciais.