Lula diz que UE cometeu equívoco e que deveria 'evitar que houvesse guerra'
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse hoje que a UE (União Europeia) cometeu um "equívoco" ao não ter evitado a Guerra entre a Ucrânia e a Rússia, iniciada em fevereiro deste ano.
Em entrevista à CNN Brasil, o ex-presidente voltou a defender uma reorganização da ONU (Organização das Nações Unidas), com a inclusão de mais países no seu Conselho de Segurança. A melhoria das relações exteriores do Brasil tem sido uma das bandeiras da sua campanha.
Eu acho que a União Europeia cometeu um equívoco em ceder facilmente na questão da guerra da Rússia e Ucrânia. Era preciso que a União Europeia fosse o pêndulo para evitar que houvesse a guerra. Era preciso mais conversa, era preciso mais seriedade. Eu vejo pouca gente falar em paz, e muita gente falar em vender armas."
Mudança na ONU: O ex-presidente voltou a falar de uma reformulação da ONU. Em entrevista à imprensa estrangeira em agosto, ele já havia dito que é preciso incluir novos países no Conselho de Segurança da organização para se adequar à geopolítica do Século XXI.
A gente não pode continuar com o Conselho de Segurança representado pela geopolítica da Segunda Guerra Mundial. É preciso entrar país africano, é preciso entrar país latino-americano, é preciso entrar Alemanha, é preciso entrar a Índia, para que a gente possa, em se tratando da questão climática, quando a gente tomar uma decisão, ela seja definitiva, e a gente não tenha que levar para discutir dentro do Estado nacional, porque senão não funciona."
Uma mudança relevante para o ex-presidente seria aumentar o número de membros permanentes do Conselho de Segurança e acabar com o poder de veto. Criado em janeiro de 1946, após a Segunda Guerra Mundial, o conselho só tem cinco países (China, Estados Unidos, França, Reino Unido e Rússia), que têm poder de, mesmo isolados, vetar as propostas.
Volta do protagonismo: O candidato do PT aproveitou ainda para alfinetar seu principal adversário, o presidente Jair Bolsonaro (PL), em diversas ocasiões —sobre política externa, ele defendeu a volta do protagonismo internacional do Brasil.
É extremamente importante o Brasil se juntar junto com a Europa e junto com a América Latina para que a gente crie um bloco capaz de sentar numa mesa com força para negociar."
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