Bolsonaro diz que único erro no governo foi 'falar alguns palavrões'
Em participação no Programa do Ratinho na noite desta terça-feira, o presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que o único erro do seu governo foi "falar alguns palavrões de vez em quando". Ele reclamou sobre a "a forma como é interpretado". Questionado pelo apresentador, o presidenciável disse "eu falo palavrão, mas não sou ladrão".
"Falar alguns palavrões de vez em quando, que o pessoal leva para outro lado. O resto foi feito corretamente". Em seguida, em fala machista, emendou na resposta um aceno ao eleitorado feminino.
Eu falo palavrão, mas não sou ladrão, isso choca as pessoas, a maneira de falar é grosseira e o pessoal me critica. Agora, pessoal ninguém está procurando um marido para casar com ele, o marido tem que ser... Você sabe que em casa tem a máxima, manda quem pode e obedece quem tem esposa
Jair Bolsonaro no Programa do Ratinho
Tentativa do voto evangélico e feminino
Bolsonaro tenta, ao longo de suas últimas lives e aparições públicas, fazer acenos ao que ele entende que compõe o universo das mulheres brasileiras. Hoje, o presidenciável reforçou que a chefe da casa seria a primeira-dama, Michelle. Ratinho, então, perguntou se quem "manda mais" é a esposa de Bolsonaro ou a caçula, Laura. "A Michelle. A Laurinha consegui trazer para meu lado", respondeu o chefe do Executivo.
Além disso, Bolsonaro falou hoje que seu governo "foi o que mais prendeu machões pelo Brasil" e ressaltou avanços que teriam sido feitos na Caixa Econômica para as mulheres. O comentário ocorre quase três meses após Pedro Guimarães, então presidente da Caixa, ter pedido demissão quando surgiram denúncias de que ele teria cometido assédio sexual contra funcionárias do banco.
A campanha de Bolsonaro tem investido na aparição da primeira-dama, Michelle Bolsonaro, em tentativa de apelar às mulheres e aos evangélicos simultaneamente.
A equipe do presidenciável colocou Michelle em propaganda na televisão, que logo foi vedada pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral), que acatou o pedido da senadora e presidenciável Simone Tebet (MDB) e ordenou a suspensão da publicidade. Na peça, a primeira-dama falava diretamente com as mulheres nordestinas, outro eleitorado que prefere Lula.
O esforço, no entanto, aparenta ser em vão. Desde as sondagens de julho da Quaest Consultoria, o candidato tem apenas variado dentro da margem de erro do voto feminino: oscilou de 28% em julho para 29% no fim de agosto.
Agora a campanha precisa não só lidar com a rejeição dessa parte do eleitorado, como também reparar o dano feito pelo presidente no debate presidencial, no qual atacou a jornalista Vera Magalhães e a também candidata à Presidência Simone Tebet (MDB).
Outras falas violentas contra as mulheres feitas por ele em sua vida pública incluem o voto a favor do impeachment da então presidente Dilma Rousseff (PT), que foi "dedicado" ao torturador dela, o coronel Brilhante Ustra. Já em 2014, o então deputado Bolsonaro afirmou que a deputada Maria do Rosário (PT) não merecia ser estuprada porque ele a considera "muito feia" e porque ela "não faz" seu "tipo".
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