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Força do PSDB e rejeição de Bolsonaro fazem Rodrigo crescer, diz cientista

Colaboração para o UOL

16/09/2022 10h11

A cientista política Tathiana Chicarino participou do UOL News nesta sexta-feira (16) e analisou o resultado da pesquisa Datafolha, divulgada um dia antes, sobre a disputa pelo governo de São Paulo. Ela chamou atenção para o crescimento de Rodrigo Garcia (PSDB), que subiu de 15% para 19%, e explicou por que isso pode ter acontecido.

Em primeiro lugar, Tathiana destacou a "força" que o PSDB tem no interior de São Paulo. "O PSDB está há muitos anos no governo e tem capilaridade, tem muitas prefeituras. Claro que iam acionar esse recurso com lideranças locais. A disputa acontece entre os candidatos, mas no território onde as pessoas moram. E essas lideranças locais são fundamentais".

Tathiana também lembrou que a disputa em São Paulo costuma ser mais nacionalizada do que outras. E disse que isso prejudica o adversário de Rodrigo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), pois a rejeição ao presidente Jair Bolsonaro (PL), que o apoia, pode interferir negativamente.

"Outra hipótese para analisar na disputa entre Garcia e Tarcísio: o aumento da rejeição do Bolsonaro. É isso que a gente está observando: Lula e Bolsonaro estão disputando para pegar o eleitorado de São Paulo. O estado tem uma peculiaridade, que é uma divisão territorial. Lula e Haddad têm intenção de voto capital e região metropolitana, e não no interior. O interior é muito forte do PSDB. Então Tarcísio e Rodrigo Garcia estão disputando o interior", concluiu ela.

Michelle e Janja falam para públicos diferentes; tema 'família' deve pautar campanhas, diz cientista

Tathiana também analisou a disputa presidencial, que teve um duelo entre as esposas de Lula e Bolsonaro. Depois que Michelle falou em ser "ajudadora do esposo", Janja negou esse papel e disse que vai caminhar ao lado do petista. A cientista política entende que o tema familiar vai pautar a disputa e ressaltou que os discursos são diferentes porque elas falaram para públicos distintos.

"A gente que pensar para quem elas estão falando. A Michelle está fazendo um discurso que se articula com uma parcela do eleitorado feminino, que sao evangélicas, que tem um tipo de percepção do mundo e da politica que é distinto do mundo que Janja ta se referindo", apontou Tathiana.

Datafolha: Bolsonaro e Lula não saem do lugar; estabilidade é pior para o presidente, diz Josias

Josias de Souza, colunista do UOL, também participou do UOL News e destacou que a pesquisa é ruim para Bolsonaro, porque nada mudou no geral. "A estabilidade se mantém. Essencialmente um vai compensando o outro, vai variando em nichos diferenciados, mas eles não saem do lugar há 3 semanas".

Josias chamou atenção para o fato de Lula ter crescido em São Paulo, mas perdido intenções de voto em Minas Gerais. "A eleição vai se definir na região Sudeste. Em São Paulo a vantagem do Lula era de 5 pontos e passou a ser de 10 pontos. Só que esse avanço do Lula em São Paulo não se refletiu na conta geral porque Lula perdeu terreno em Minas Gerais, que é um colégio estratégico".

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