Bolsonaro faz ato de campanha em funeral de Elizabeth 2ª e é criticado
O presidente Jair Bolsonaro (PL) participa hoje dos ritos de despedida da rainha Elizabeth 2ª em Londres, no Reino Unido, onde passou pelo caixão da monarca e assinou o livro de condolências.
Ao lado da primeira-dama Michelle e do pastor Silas Malafaia, Bolsonaro disse que o momento é de "pesar e reconhecimento, por tudo aquilo que ela fez pelo mundo". Pouco antes, porém, ele discursou a apoiadores da sacada da casa do embaixador do Brasil em Londres.
Ele aproveitou a ocasião para falar sobre temas de sua campanha à reeleição no local e disse que será reeleito no primeiro turno. Boa parte do público usava camisetas da seleção ou com bandeiras do Brasil estampadas.
O presidente fez um breve discurso com os principais motes eleitorais, como rejeição a temas de "drogas, aborto e ideologia de gênero" e apelo à religião.
O uso eleitoral do momento foi criticado por opositores do presidente e pela imprensa local.
Principal adversário de Bolsonaro na campanha, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ironizou a motivação de Bolsonaro para acompanhar o velório da rainha.
"Como ele [Bolsonaro] está precisando de imagem a nível internacional, ninguém nunca convidou ele para viajar, ninguém quer vir aqui... Ele se ofereceu para ir ao enterro da rainha da Inglaterra. [Mas] É louvável a decisão dele de ir", disse Lula durante comício em Florianópolis.
O jornal Daily Mail disse que Bolsonaro é um "líder controverso", e que o discurso foi para "ganhar pontos políticos em casa". O The Guardian também publicou sobre o ato, dizendo que o presidente disse ter "profundo respeito" pela família real, mas usou o funeral como "palanque eleitoral".
Protestos contrários
Um grupo de cerca de dez pessoas fez um protesto neste domingo (18) contra o presidente Jair Bolsonaro (PL), em frente à casa do embaixador brasileiro em Londres, onde ele está hospedado para participar das homenagens à rainha Elizabeth 2ª. Os opositores estavam com uma faixa com os dizeres "Pare Bolsonaro para o futuro do planeta", em inglês.
O grupo foi hostilizado por apoiadores do presidente, e policiais formaram um cordão de isolamento para separar os dois grupos.
Funeral de Elizabeth 2ª
Além de Bolsonaro, outros chefes de Estado já estão na capital britânica —como Joe Biden, presidente dos Estados Unidos, que desembarcou no sábado à noite com a esposa, Jill, e o primeiro-ministro canadense Justin Trudeau, que se reuniu no sábado com o rei Charles 3º e outros representantes da Commonwealth. Eles participarão de uma recepção oferecida pelo rei Charles 3º no Palácio de Buckingham.
Amanhã, serão ministradas duas cerimônias para o funeral da rainha —uma às 7h, no horário de Brasília, para cerca de 2.000 convidados, e outra ao meio-dia, para 800 convidados. Bolsonaro, junto a outros chefes de Estado, participa da primeira cerimônia, que acontecerá na Abadia de Westminster, no mesmo quarteirão do local onde o corpo está sendo velado.
Em seguida, o presidente segue para uma recepção oferecida pelo Ministro dos Negócios Estrangeiros do Reino Unido, James Cleverly, e embarca do Reino Unido para Nova York (EUA), no fim da tarde pelo horário local. Ele irá falar durante a abertura da Assembleia-Geral da ONU (Organização nas Nações Unidas) na terça-feira (20).
*Com informações da AFP
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